"Desesperadamente otimista." É assim que a ministra do Comércio Exterior da França, Christine Lagarde, diz estar a respeito do futuro das negociações comerciais da Rodada Doha. Mas, em entrevista, ela deixa claro a cautela com que o governo francês vê a retomada do processo. A ministra chega ao Brasil hoje em visita oficial. Comércio, energia e transporte são os principais temas. A ministra acha injusta a imagem difundida no Brasil de que a França, que resiste à abertura do mercado agrícola europeu, é um obstáculo à conclusão da Rodada Doha. "Nós saltamos facilmente os obstáculos quando é preciso", disse, lembrando que outros países têm posição parecida.
A ministra deve se reunir com o chanceler Celso Amorim, em Brasília, para tratar da retomada das negociações comerciais, dando seqüência à conversa alguns dias atrás em Davos (Suíça). Ela diz que pode haver uma janela de oportunidade para a conclusão da Rodada Doha. "Mas a janela só começa a se abrir quando todos olham para fora", insinuando que pressionará pois mais concessões do Brasil.Christine Lagarde deve se reunir ainda com outros ministros brasileiros para tratar de uma extensa agenda. Um dos temas principais é energia. A ministra vem acompanha de Anne Lauvergeon, presidente da Areva, empresa francesa da energia nuclear e transmissão de energia. O interesse é na possível retomada do programa nuclear brasileiro e em projetos de extensão de linhas de transmissão.
Outros projetos de infra-estrutura previstos no PAC interessam aos franceses. Lagarde cita os de transportes urbanos, como metrô. Em São Paulo, ela visita a Alstom, empresa de energia e material de transporte, além da Embraer. A ministra, que vem acompanhada de 20 empresários franceses, terá encontros ainda na Fiesp, onde falará do programa francês de atração de investimentos externos. O objetivo é atrair mais investimentos brasileiros para a França, principalmente "das empresas mais internacionais". E ela cita a Petrobras e a Embraer. A França é o maior receptor de IDE na zona do euro. Como atrativos, a ministra cita o grande mercado, a localização central na Europa, uma infra-estrutura muito boa, vantagens fiscais (o governo vem reduzindo os impostos para as empresas) e isenções fiscais para pesquisa.
Helena
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