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quarta-feira, 24 de janeiro de 2007

Tucanos desistem de Chinaglia e aclamam Fruet

Depois de alguns desencontros o PSDB desistiu ontem da candidatura do petista Arlindo Chinaglia e decidiu, por aclamação, apoiar o tucano Gustavo Fruet (PR) à presidência da Câmara. A atitude embola a eleição na Casa que, hoje, caminha para uma decisão em segundo turno. Para liquidar a disputa em primeiro turno, um candidato precisa de 257 votos, dos 513 em disputa. A presença de Fruet na disputa, no entanto, torna remota essa possibilidade. Pelos cálculos dos tucanos, seu candidato teria hoje um ponto de partida de 120 votos. Chinaglia contabiliza entre 220 e 230, e Aldo Rebelo, 185.

Depois da reunião da bancada, ontem, Fruet prometeu empenho na tentativa de quebrar a polarização entre o PT de Chinaglia e o PCdoB de Aldo. E atacou os adversários. "Eles são o governo, eu sou a Câmara. Aqui não é disputa de quem é mais leal ao governo, onde se consola os aliados derrotados e compensa os vencedores", afirmou o deputado tucano. Para se contrapor aos adversários, o deputado prometeu deixar de lado o debate sobre reajuste de salários dos parlamentares. Empunhará três bandeiras: restrição à edição de medidas provisórias, criação de regras para frear a negociação de emendas ao Orçamento da União e fim do voto secreto na Câmara. Questionado sobre o fato de ter recebido o apoio do seu partido apenas oito dias antes da eleição, Fruet disse que, há uma semana, o cenário também era outro. "A nossa candidatura deu uma nova dinâmica à eleição. Haverá segundo turno e eu estarei lá", disse Fruet demonstrando confiança.

O tucano foi lançado na semana passada pelos chamados independentes - deputados de PSB, PPS, PV e do próprio PSDB. O deputado havia condicionado a sua candidatura à aprovação do PSDB, que, por meio do líder da bancada, Jutahy Júnior (BA), chegou a anunciar aliança com a candidatura do petista Chinaglia. Ontem, dos 63 deputados que o PSDB terá a partir de fevereiro, 50 compareceram ao encontro. Hoje, Fruet reúne-se, em Minas Gerais, com o governador Aécio Neves (PSDB) de quem recebeu, na segunda-feira, apoio incondicional. O itinerário de campanha prevê ainda encontros no Rio e São Paulo até o fim da semana. Os principais alvos dos tucanos agora são o PFL e setores governistas e não governistas do PMDB.

Temendo perder apoios já conquistados, o petista Arlindo Chinaglia reuniu-se ontem novamente com o presidente nacional do PMDB, deputado Michel Temer (SP), na casa do peemedebista, em Brasília. Se, no início de janeiro, o petista contava com a ampla maioria do partido, hoje o PMDB voltou a se dividir entre Chinaglia e Aldo. Aldo teria 40 votos contra 45 do candidato do PT. Ontem, Chinaglia encaminhou carta aos 512 parlamentares pedindo apoio ao seu nome e, como os outros candidatos, prometendo trabalhar pelo resgate ético da Casa.

Helena

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