Assessores diretos de José Serra (PSDB) tentaram 'blindar' o governador até a noite de ontem. O objetivo era evitar desgaste político e situações embaraçosas que pudessem constranger o tucano, principalmente perguntas sobre a responsabilidade do acidente e a posição do governo do Estado sobre o andamento das obras da Linha 4 do Metrô.
A informação inicial era de que Serra não falaria com a imprensa. O secretário dos Transportes Metropolitanos, José Luiz Portella, e o presidente do Metrô, Luiz Carlos David, seriam os porta-vozes do governo estadual. . Um dos assessores de Serra chegou a perguntar a funcionários da empreiteira quem era o responsável pelo acidente. Aos gritos, disse que iria colocá-lo [o responsável] na cadeia.Uma reavaliação da situação no início da noite provocou mudanças de planos e Serra foi a Pinheiros acompanhar o desenrolar das buscas. Chegou por volta das 20h30 e se disse 'impressionado' com o tamanho do buraco. O desmoronamento ocorreu às 15 horas.
Assim que chegou ao local do acidente, à noite, o governador paulista, José Serra (PSDB), visivelmente irritado, perguntou ao presidente do Metrô, Luiz Carlos David: "Vocês não tinham como ter previsto isso?".A resposta foi direta: "sim, [a gente] tinha". . Serra e o auxiliar caminhavam pela rua Capri, uma das que foram interditadas.Posteriormente, durante entrevista coletiva,que negou que a resposta do presidente do Metrô tenha sido "sim". "Não foi isso que ele disse", afirmou.
A primeira crise da administração Serra envolveu as maiores construtoras do País, como CBPO, Odebrecht, OAS, Queiroz Galvão e Camargo Correa. O governador definiu a ida ao local depois do comparecimento do prefeito Gilberto Kassab (PFL), que passou horas ao lado da cratera aberta e deu várias entrevistas ao vivo às emissoras de rádio e TV.
Ao SP TV, da Rede Globo, às 19h15, o prefeito, que foi vice na chapa encabeçada por Serra em 2004, foi sutil ao comentar a participação de autoridades em situações de catástrofes: 'Não tem nenhuma participação (da Prefeitura no Metrô), mas tem a obrigação de estar ao lado do paulistano, junto com a companhia do Metrô, prestando solidariedade e orientando as famílias e os motoristas que trafegam pela região. Para que a gente possa ter as conseqüências deste acidente na menor escala possível.'
Cerca de duas horas antes da fala de Kassab à televisão, no Palácio dos Bandeirantes, assessores do governador haviam dito que somente Portella e David falariam em nome do Estado. 'Ainda não é o momento dele (Serra) falar. Está sendo abastecido com informações pelo secretário', afirmou um assessor.
Também não foi dada resposta sobre desgaste político que o acidente possa ter provocado à gestão Serra, nem mesmo se a parceria público-privada (PPP) para a Linha 4-Amarela, primeiro empreendimento do País a contar com um programa desse tipo, precisaria ser revisto ou remodelado. Serra disse à noite que não houve falha no planejamento. Responsável pela assinatura da parceria, o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) também não se pronunciou.
A construção da linha começou em 2004, durante a gestão do governador Geraldo Alckmin (PSDB).O trecho era prometido desde 1995, mas atrasou porque o Estado decidiu fazer dele a primeira linha concedida à iniciativa privada, e foi alvo de contestações. A concessão, por 30 anos, foi definida em licitação em 2006.
Helena
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