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terça-feira, 19 de dezembro de 2006

No páreo contra os supersalários


Os protestos contra os supersalários no Congresso podem ganhar reforço. O Presidente Lula diz que está disposto a negociar com deputados e senadores um reajuste menor que 91%. A reação contra o aumento de 91% nos salários dos parlamentares ganhou um aliado. O presidente Lula sugeriu a revisão do reajuste e está disposto a intermediar a crise. A solução mais provável seria optar pela reposição da inflação nos últimos quatros anos. O aumento cairia para quase 30%.

No Congresso, os parlamentares querem que a discussão vá a plenário. Há muita pressão, de fora e também de dentro do Congresso. Mas será uma batalha dura. O presidente da Câmara, deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), não dá espaço para um recuo e reafirma a decisão dos líderes de todos os partidos.

Entre a pressão da opinião pública e o respeito à autonomia dos poderes, o presidente Lula diz que está disposto entrar em campo. “Eu estou analisando, estou vendo as matérias nos jornais, tenho recebido muitos telefonemas. E se a minha contribuição, de conversar com os presidentes das casas, puder ajudar a encontrar a solução, eu irei ajudar. Mas eu quero dizer do meu respeito à autonomia do Poder Legislativo e do meu respeito à autonomia do Poder Judiciário”, afirmou o presidente Lula.

Já a Igreja quer influenciar. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) começou a pregar contra o aumento de 91% no salário dos parlamentares.

“Causou grande perplexidade aos bispos do Brasil este aumento desta natureza, como foi convencionado entre os deputados. A gente chama atenção: é vergonhoso a Câmara ter a coragem de tomar esta posição”, criticou o primaz do Brasil e presidente da CNBB, cardeal Geraldo Magela.

A Força Sindical, em São Paulo, fez campanha contra o salário de R$ 24,5 mil. A Central Única dos Trabalhadores, em Brasília, está fazendo um abaixo-assinado para impedir o aumento.

O aposentado William Carvalho protestou dentro do Congresso. Ele se acorrentou na porta da presidência do Senado. “Alguém está louco. O Parlamento está se distanciando na nação”, protestou o aposentado. Conclusão na casa onde mensaleiro e sanguessugas andam livremente, o senhor que protesteva foi preso por desacato e desordem.

A reação de alguns parlamentares foi na Justiça. O presidente do PPS, deputado Roberto Freire (PPS-PE), e deputados do PSDB, PSB e PV tentam barrar a decisão do aumento salarial no Supremo Tribunal Federal.

“O que está se discutindo é que esse aumento tem que ser com toda transparência. No caso, da transparência do Poder Legislativo é votado em plenário. E mais do que isso: que tenha razoabilidade e que não seja imoral”, disse o presidente do PPS, deputado Roberto Freire (PPS-PE).

O presidente da Câmara, deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), no entanto, não recuou. Apenas anunciou medidas de economia para compensar a despesa anual de R$ 157 milhões na Câmara.

Para Aldo Rebelo, a extinção de cargos, o corte de horas extras, de gastos com diárias e passagens e a suspensão de obras resolvem o problema. Ele ainda promete fixar um teto para os funcionários.

“Não se trata da defesa da manutenção do teto de R$ 24,5 mil. Trata-se da aplicação de uma decisão coletiva dos lideres partidários e da mesa diretora da Câmara e do Senado”, alegou o presidente da Câmara, deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP).

Helena

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