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segunda-feira, 27 de novembro de 2006

Para novo membro da cúpula do Vaticano, Bolsa-Família não é "vício", como diz CNBB


Cerca de 5 mil pessoas lotaram ontem à tarde a Catedral da Sé na missa de despedida do cardeal dom Cláudio Hummes, arcebispo de São Paulo. No próximo domingo, dom Cláudio embarcará para Roma, onde assumirá, a convite do Papa Bento XVI, a Congregação do Clero, no Vaticano. Não há previsão para o anúncio do novo arcebispo de São Paulo, a ser indicado por Bento XVI. O Presidente Lula foi convidado, mas mandou carta a dom Cláudio, que deve ser recebido amanhã no Planalto.

Em entrevista, dom Cláudio não endossou a opinião da direção da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que chamou o Bolsa Família do governo Lula de "vício" para os pobres do país. - Quando converso sobre o Bolsa Família com Lula, com o Patrus (Ananias), que é o ministro (do Desenvolvimento Social e Combate à Fome) que cuida disso, ou com outros colegas bispos, vejo que todos percebem que este programa é necessário, porque temos imensa pobreza. São 30 milhões de pessoas que passam necessidades. Enquanto o país não é capaz de se estruturar para dar trabalho a todos, a sociedade tem que, de alguma forma, dar apoio.


Na missa, dom Pedro Luiz Stringhini, um dos seis bispos auxiliares de São Paulo, leu a carta de Lula. "Dom Cláudio, ouso dizer que mais importante do que todas as suas pregações (...) têm sido seus gestos proféticos, desde os tempos das greves do ABC, até sua presença de pai e pastor nos momentos dolorosos vividos por nosso povo", disse o presidente na carta.

Helena

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