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quinta-feira, 16 de novembro de 2006

Na calada da noite, parlamentares voltam atrás em medidas moralizadoras


Na calada da noite, parlamentares voltam atrás em medidas moralizadoras. Na calada da noite de segunda para terça-feira, a Comissão Mista de Orçamento do Congresso aprovou aumento do valor das emendas individuais que deputados e senadores têm direito de apresentar – de R$ 5 milhões para R$ 6 milhões por parlamentar. Com a mudança, o custo total de tais emendas passou de R$ 2,970 bilhões para R$ 3,564 bilhões. Não há recursos disponíveis para cobrir a diferença de R$ 594 milhões. Se não houver revisão para cima das receitas da União, dinheiro que seria investido em educação ou infra-estrutura, por exemplo, poderá custear a nova despesa.

Apesar da promessa do presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), e de líderes de partido de trabalharem pela moralização da lei orçamentária, a comissão também aprovou a derrubada de regra que proibia a destinação de emendas para entidades que tenham como proprietário, controlador, diretor ou empregado parente em até terceiro grau de deputados e senadores.A regra havia sido sugerida pela CPI dos Sanguessugas. Foi substituída por um remédio menos amargo aos olhos dos parlamentares. No caso, veto a emendas para entidades que tenham parlamentar ou cônjuge como proprietário, controlador e diretor. Relator do Orçamento da União de 2007, o senador Valdir Raupp (PMDB-RO) se disse derrotado nos dois casos. "Deputados disseram que na comissão acordo de líderes não vale. A comissão é um mundo à parte."

Lobby

Segundo Valdir Raupp (PMDB-RO), havia acerto para manutenção do valor de R$ 5 milhões. Nada que resistisse ao lobby dos colegas, que já haviam colhido louros em anos anteriores. Em 2003, o teto das emendas individuais era de R$ 2,5 milhões. Passou para R$ 3,5 milhões em 2004. E chegou a R$ 5 milhões no ano passado. Na briga para elevar o valor, parlamentares chegaram a sugerir aumentar as emendas individuais para R$ 10 milhões."Com a mudança, serão quase R$ 600 milhões a menos para atender, por exemplo, um pedido de ampliação de uma escola estadual".

Em teoria, o aumento do valor das emendas individuais pode ser compensado com corte nas emendas de bancada. A prática recente, no entanto, desmente tal possibilidade. E, em geral, o corte de gastos acontece em setores como saúde e educação. "Em tese, emendas individuais são melhores, porque têm DNA. O problema é que áreas estratégicas são prejudicadas". Os parlamentares argumentam que as emendas coletivas não são contempladas, por isso a necessidade de elevar o valor das emendas individuais."A Comissão de Orçamento é um problema", queixa-se o líder da minoria na Câmara, deputado José Carlos Aleluia (PFL/BA). – Muitos dos integrantes têm reagido às mudanças para aumentar a transparência na elaboração do Orçamento Geral da União.

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