Pescadores de águas turvas insuflam os controladores de vôo a fazerem operação tartaruga e a se insubordinarem contra o comando aéreo do país ao mesmo tempo em que reclamam com bastante alarde das conseqüências, que convencionaram chamar de “caos dos aeroportos”. Com a manipulação, querem abrir espaço para que o setor saia do controle público, que é exercido de forma eficiente pela Aeronáutica, responsável pela integração da administração do tráfego com a defesa do espaço aéreo nacional. O Brasil tem um dos sistemas de controle aéreo mais seguros do mundo, com o trabalho de mais de 13 mil homens e mulheres, que põem o país, em termos de acidentes aéreos, abaixo da média mundial
Sistema brasileiro, um dos mais seguros do mundo, integra tráfego e defesa do espaço aéreo nacional
O sistema de controle aéreo do Brasil “é um dos mais seguros do mundo”, afirmou o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Luiz Carlos Bueno. Isso graças ao sistema em operação no país - o Sisceab (Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro) - implantado no final da década de 70, que integra o controle do tráfego aéreo com a defesa do espaço aéreo nacional.
A recente campanha pela “desmilitarização” do controle do espaço aéreo nacional, deflagrada por parte da imprensa após a tragédia ocorrida com o vôo 1907 da empresa Gol, tem como objetivo a privatização do sistema, assim como ocorreu em época recente com outros sistemas que estavam sob controle do Estado, como as comunicações. A pergunta é: se sai a gestão pública, operada pela Aeronáutica, quem entra no lugar? Nesse sentido, a mída ora responsabiliza os controladores de vôo, no caso do Legacy, ora publicam páginas e páginas sobre sua “dura” jornada de trabalho. Insuflam os controladores de vôo a fazerem operação-tartaruga e a se insubordinarem, já que a grande maioria são militares, e responsabilizam o governo federal pelo caos nos aeroportos devido a atrasos de vôos.
A eficiência do sistema de controle aéreo brasileiro - fruto do investimento do Estado ao longo de décadas e da dedicação abnegada dos profissionais da FAB - é atestada não somente pela referência que é para outros países, mas também por permitir ao Brasil, berço do Pai da Aviação, estar entre os que menos registraram acidentes aéreos no mundo.
Segundo a Força Aérea Brasileira, são mais de 13 mil homens e mulheres trabalhando 24 horas por dia no Sisceab, configurando-se em “um dos maiores sustentáculos para a atividade de aviação civil do país e, em função da proficiência alcançada, destaca-se no cenário mundial entre as dez nações mais desenvolvidas e seguras para navegação aérea”. Dentro deste sistema, atualmente 2.759 controladores em atividade nos aeroportos garantem a segurança do tráfego aéreo.
SEGURANÇA NACIONAL
Estudo da FAB mostra que “o principal motivo pela militarização do sistema de controle do espaço aéreo brasileiro é o serviço que ele presta, típico de segurança nacional, pois nele estão englobados a manutenção da soberania do espaço aéreo, a defesa aérea e a circulação aérea nacional. Tais atividades devem funcionar em quaisquer circunstâncias, não podendo ficar a mercê de interesses de classes ou indivíduos”.
“O espaço aéreo brasileiro é reconhecido como um dos mais seguros do mundo”, destacou o coronel Carlos Machado, vice-chefe do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica. “O mesmo radar oferece cobertura de um ponto X para a defesa do espaço aéreo e o controle do tráfego civil”, completou o coronel Machado.
Em artigo publicado no site “Defesanet”, o coronel Paullo Esteves, ex-comandante do Cindacta III, afirma que “a tarefa de proporcionar um vôo seguro e eficiente a aeronaves nacionais e estrangeiras em todo o espaço aéreo sob jurisdição do Brasil envolve diversos órgãos com um conjunto de atividades interligadas, cuidando para que a vigilância e o controle do espaço aéreo nacional sejam realizados de forma ininterrupta 24 horas por dia, 365 dias ao ano. Quem trabalha no Departamento de Controle do Espaço Aéreo - Decea ‘respira’ profissionalismo, responsabilidade e iniciativa”. Ressalta o coronel Paullo Esteves que “não é um profissionalismo sustentado por ganhos salariais excepcionais, muito até pelo contrário, mas um profissionalismo conquistado dia a dia, no sentido de servir à Pátria emprestando às atividades cotidianas o melhor dos esforços individuais de cada um dos membros deste formidável Sistema”.
Desde 2002, o sistema é integrado por software desenvolvido no país. Ressalta o coronel Paullo Esteves que “softwares de domínio brasileiro tornam o sistema autônomo e à altura do que há de mais moderno e atual no ramo. A associação da informática avançada com uma engenharia eletrônica de primeiro nível é que nos garante a liderança no setor no continente sul americano e ombro a ombro com os países mais desenvolvidos. Nossas comunicações essenciais ao controle e segurança do fluxo do tráfego aéreo possuem um grau de instantaneidade e automação absolutamente inéditos e muitas vezes admirado por países que, tradicionalmente, têm no domínio da eletrônica seus pontos fortes”.
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