A Veja teria perdido entre 160 mil e 180 mil assinantes. O jornal O Globo, 70 mil. É a resposta que os leitores estão dando ao que lhes é oferecido. Pior: a crise está longe do fim. Ao contrário, está apenas começando. E a resposta que os grandes veículos estão encontrando é a pior possível: a radicalização. Não estão entendendo nada do que está acontecendo.
O jornalista Clóvis Rossi, da Folha de São Paulo, externou muito bem essa perplexidade em seu artigo de ontem, quando se despediu dos leitores para entrar de férias. Sob o sugestivo título " Férias, as últimas?", Rossi escreve:
Hoje em dia, todas as notícias que estão prontas para publicação aparecem antes que os jornais comecem a rodar - ou na TV, ou na internet, ou no rádio.
Logo, a rigor, não há mais notícias "fit to print" que sobrevivam até o dia seguinte, quando os jornais começam a circular. É claro que sempre sobra alguma rebarba de informação exclusiva, mas é pouco para uma indústria tão cara.
Você, meu arguto leitor, que vive se informando na internet, ao folhear um jornalão não tem a nítida impressão de que está lendo o jornal de ontem ou anteontem? O pior é que esses jornais "antigos" são utilizados pelos pauteiros nas emissoras de TV. Os repórteres têm que sair às ruas para requentar o requentado. Isso é servido aos leitores, telespectadores como novidade... Daí a preocupação com a embalagem, o visual moderno e arrojado. É para esconder o mofo.
Por isso, é bobagem essa discussão na internet, que coloca de um lado a mídia tradicional e seus ícones - Kamel, Mainardi - e de outro o novo leitor/espectador. Mainardi e Kamel são empregados. Quando a relação custo-benefício dos processos que a Veja responde com Mainardi começarem a entrar no vermelho, ele roda. O mesmo acontece com Kamel. Afirmam que o chamado Ratzinger da Globo estaria estendendo seus tentáculos a todos os veículos das Organizações. Pior para ele. Quando a corda roer, ele dança. Tiram o bode da sala - no caso, o camelo. E vida que segue. Do blog do Mello
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