Estudantes fecharam a avenida durante protesto; pelo menos 7 ficaram feridos. Motivo foi o atropelamento de uma aluna por uma moto; Tropa de Choque da PM usou bombas de gás e balas de borracha na ação
A avenida Sumaré (SP) se transformou ontem em uma praça de guerra entre estudantes e a Polícia Militar. Os alunos fecharam a avenida em protesto após o atropelamento de uma colega por uma moto e a Tropa de Choque reagiu, usando bombas de efeito moral e balas de borracha.Pelo menos sete alunos da Instituição Sumaré de Ensino Superior ficaram feridos no confronto, que começou por volta das 20h50 e durou cerca de 15 minutos. Seis deles tiveram de ser hospitalizados.
Renata Cristina da Conceição, aluna do 3º ano de administração de empresas, foi atropelada por uma moto quando atravessava a avenida para ir à faculdade, por volta das 18h30.Os alunos marcaram então um protesto para as 20h e fecharam as duas faixas da avenida. A Polícia Militar foi acionada para desobstruir a avenida. De acordo com estudantes e moradores, os policiais "chegaram batendo".
"Eles chegaram batendo, jogando bomba. Os alunos ficaram acuados dentro da faculdade e os policiais invadiram o estacionamento dando tiro de borracha e jogando bomba de efeito moral nos estudantes", disse Roberto Corrêa Pagliarini, 47, aluno de pedagogia..Com celulares, estudantes filmaram toda a operação. As imagens mostram que a reação da polícia foi violenta.
Osvaldo Alves, 65, vizinho da faculdade e que mora há 20 anos na área, também reclama da falta de segurança na avenida. "A prefeitura está omissa e o que a polícia fez foi um absurdo. Por que eles não vão pegar o PCC?", questionou. (Folha para assinante aqui)
"Polícia bateu sem dó", diz aluna ferida
Os seis estudantes feridos com gravidade no confronto da noite de ontem foram levados para o pronto-socorro do Hospital das Clínicas. Eles tinham ferimentos causados por tiros de bala de borracha e estilhaços de bombas de efeito moral."Os PMs atiraram até em quem não estava na manifestação. Eu fui ferida na perna assim, por uma bomba. A polícia bateu em estudantes sem dó", disse Andréia Alves Silva, 21, estudante do 6º semestre de administração, ao deixar o HC ontem. Os estudantes de administração Tiago de Brito Costa Rosa, ferido com balas de borracha na virilha, e Fabiano de Almeida Pereira, atingido por disparos no peito e na barriga, foram internados e passaram parte do tempo vigiados por alguns PMs que participaram do confronto.
Em 2004, 15 ficaram feridos em protesto
Em novembro de 2004, a polícia reprimiu uma manifestação de professores, estudantes e funcionários da PUC que protestavam contra a Reforma Universitária também na avenida Sumaré. Na época, o saldo foi de pelo menos 15 feridos, . Cinco estudantes foram detidos.
Os estudantes disseram que não tinham quaisquer armas ou objetos para o conflito. Entretanto, a polícia disse ter sido recebida com paus e pedras e que, por isso, reagiu com balas de borracha e gás de pimenta.Imagens da época mostraram um aluno sendo chutado no chão por PMs.O secretário da Segurança Pública, Saulo de Castro Abreu Filho, chegou a afirmar, após ver as imagens do ocorrido: "Pode se manifestar, mas fechar a Sumaré, a Paulista, não vai mesmo".Meses depois, Saulo voltou a se manifestar sobre o assunto: "Não há hipótese de fechar uma artéria [via] importante. Não quer sair? Sai por bem ou sai por mal".A frase foi proferida depois de um protesto de perueiros, cuja repressão policial transformou o centro da cidade de São Paulo numa praça de batalha. O secretário secretário da Segurança Pública, Saulo de Castro Abreu Filho está nos planos de Alckmin para ocupar o ministério da Justiça, e na possível derrota de Geraldo Alckmin continuara com José Serra em São Paulo.Os eleitores de Serra agradecem
Helena
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