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quarta-feira, 11 de outubro de 2006

Pânico entre aliados e crise com vice fazem Yeda fugir dos debates


Nesta quarta-feira (11/10), a coordenação de campanha da candidatura da tucana Yeda-Feijó cancelou três debates que já estavam agendados para o segundo turno da eleição: o do dia 17, que seria promovido pela Associação Rio-grandense de Imprensa (ARI) em conjunto com a RadioWeb; o do programa Polêmica da Rádio Gaúcha, que aconteceria no dia 18; e o do dia 22, que teria transmissão simultânea pela TVE e a FM Cultura. Mais de cem rádios do interior já estavam preparadas para retransmitir os dois debates. Mas com a desistência de Yeda, milhares de gaúchas e gaúchos dos mais longínquos rincões do Rio Grande perderão a chance de conhecer a fundo as propostas das duas candidaturas que disputam, neste segundo turno, o governo do Estado.

A posição oficial da candidatura Yeda-Feijó é que a agenda estaria superlotada. Desculpa. Se os debates foram agendados é porque houve a concordância da coordenação de campanha. Nesta quarta-feira, por exemplo, Yeda cancelou o debate agendado na TVCOM alegando que iria reunir com o candidato Geraldo Alckmin. Não reuniu. Alckmin estava em Minas. Yeda não apresentou explicações.

Há outras razões que parecem bem mais verdadeiras para justificar a fuga de Yeda dos debates:

A primeira, é que o programa de TV de Olívio há dois dias vem provando que no debate da Band, na noite da última segunda-feira, o candidato da Frente Popular está muito mais preparado e conhece muito melhor os problemas e as potencialidades do Estado. Estaria Yeda evitando novos confrontos por medo de que a enorme diferença entre a experiência de Olívio e a sua candidatura de elite começassem a ficar nítidas para o eleitorado? Yeda teria dificuldade de falar ao vivo, sem teleprompters e sem redatores profissionais para redigir o que ela fala?

A segunda explicação é que a campanha da tucana está mesmo em crise por causa das declarações do vice Paulo Feijó PFL que, quando fala em público, acaba sempre por revelar o real programa de governo de sua chapa: estado mínimo, privatização da água (Corsan), do Banrisul, da CEEE, da FEE, da Procergs e até da UERGS.

O descompasso e a falta de harmonia entre a candidata e seu vice têm deixado Yeda está à beira de um ataque de nervos. A crise é tão grande que já se ouve para além das paredes. Um repórter da sucursal da RBS em Brasília flagrou Yeda aos berros com o presidente estadual do PFL, deputado Onyx Lorenzoni de quem a candidata exigia que colocasse Feijó definitivamente nos trilhos. E a colunista Rosane Oliveira, de Zero Hora, afirma que “instalou-se o pânico na campanha (de Yeda)” depois que os aliados começaram a pedir a cabeça de Feijó e ele teima em sequer cogitar esta possibilidade. Pior: o próprio Feijó dá a pista do quanto o clima entre Yeda e ele anda irrespirável. Em entrevista à ZH, o repórter instiga: - A candidata disse que diz que é preciso ter sintonia na campanha. E Feijó lasca: “Então ela tem de fazer a reclamação para mim. Fiz meu papel e continuarei fazendo”. Pelo que se vê, a extensão da crise é tanta que nem conversar mais Yeda e Feijó conseguem.

Mas não há razão para tanto desentendimento. O que Feijó diz sobre a privatização do Banrisul é a posição oficial do candidato Geraldo Alckmin apoiado por Yeda e dela própria durante toda a sua trajetória política. O único pecado de Feijó é dizer à luz do dia o que os apoiadores de Yeda só dizem entre quatro paredes. Deixar Feijó falar é bom para a democracia e para a transparência do debate eleitoral.

Helena

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