Ao referir-se ao avião presidencial no debate de domingo na TV Bandeirantes como "Aerolula", o candidato do PSDB Geraldo Alckmin informou que vendera os dois aviões que pertenciam ao governo do estado de São Paulo e doara os helicópteros para a Polícia. Alckmin disse ainda que, se eleito presidente, venderia o "Aerolula para construir cinco hospitais".
Informações oficiais do atual governo de São Paulo, repassadas na noite de ontem a Terra Magazine, dão conta de que o estado de fato vendeu os dois aviões, mas um deles foi vendido quando Alckmin já nem era o governador. A primeira aeronave da qual o governo se desfez foi o PT-LER, leiloada em março de 2005 - quatro anos depois que Alckmin assumiu o governo do estado - por R$ 1,1 milhão. O outro, um jato PP-LHB, foi leiloado em 29 de junho último, três meses, portanto, depois de o tucano ter se licenciado do governo para lançar-se candidato à Presidência. A aeronave foi, como se percebe, vendida já na gestão Cláudio Lembo.
O governo do estado tinha ainda três helicópteros, e dois deles foram "doados", na palavra do candidato tucano: um para a Polícia Civil em 2001, e outro, patrimônio da Dersa, para a Polícia Militar em 2005. O terceiro está em manutenção e volta a voar em dezembro. Considerando que Polícia Civil e Polícia Militar são órgãos estaduais, nenhum desses helicópteros jamais deixou de pertencer ao governo.
Segundo a Secretaria de Comunicação do governo de São Paulo, os dois aviões não foram leiloados antes "por falta de oferta". A assessoria afirma ainda que o candidato tucano usou o PP-LHB por toda a sua gestão, mas que tinha a "intenção de vendê-lo" desde ter assumido o governo, em janeiro de 2001.
O governador Lembo utiliza agora, já que não há mais aviões, os helicópteros da polícia quando precisa viajar. Não necessariamente os que foram doados, mas qualquer um que esteja disponível, informa a assessoria.
A coligação do candidato Lula à Presidência divulgou, na noite desta terça-feira, nota em que afirma ter Alckmin gasto "um Aerolula" em transportes durante o seu governo. Leia trechos da nota:
O candidato tucano à Presidência, Geraldo Alckmin, gastou R$ 130 milhões com passagens aéreas e aluguel de veículos e aeronaves entre 2001 e 2005, quando governou o Estado de São Paulo.
(...) O contrato de aquisição da aeronave (o "Aerolula"), assinado em 9 de fevereiro de 2004, contempla, além da aeronave, peças de reposição, equipamentos de apoio no solo, publicações técnicas, treinamento operacional e de manutenção e a assistência técnica, perfazendo o total de US$ 56,7 milhões, ou R$ 122 milhões ao câmbio de hoje. O Airbus pertence à FAB e não à Presidência da República.(Terra Magazine)
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