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sexta-feira, 20 de outubro de 2006

O debate do Lula


A imprensa tucana brasileira deve ter visto um outro debate entre Lula e Alckmin que não aquele apresentado ontem pelo SBT. Hoje os jornais falam em debate morno ou em empate. Outros falam que ninguém ganhou. Humm! que estranho! Na rua com o povão a conversa é bem outra. Todos afirmam terem visto Lula muito melhor que Alckmin.

Alckmin estava bem treinado, mas deixou de responder perguntas, como a da privatização. No cômputo geral, o presidente foi muito melhor. O presidente esteve bem humorado, naturalmente, talvez tenha sido efeito das pesquisas. Quanto a Alckmin, ao invés de afirmar que não iria privatizar nada ou acusar o adversário de "terrorismo eleitoral" como diz nas entrevista de TV, Alckmin destacou avanços da privatização, citando o caso da telefonia, o que significa que Geraldo Alckmin tem a intenção clara de privatizar o Barsil, embora tenha tachado de mentira as afirmações de que irá privatizar Petrobras, Caixa Econômica e Banco do Brasil....

PRIVATIZAÇÕES

Alckmin fugiu do debate sobre as privatizações levantado por Lula. O Presidente argumentou que apesar da venda das estatais, a dívida aumentou e o Brasil quase quebrou. privatizações desequilibraram o país, dobraram a dívida pública e aumentaram a carga tributária em 10 por cento do PIB. Fez questão de frisar que o ex-governador coordenou o programa de privatizações em São Paulo. "E onde foi parar esse dinheiro? Porque não foi aplicado em política social, em geração de emprego, em nada... É isso que o povo pergunta", afirmou, antes de dizer que não trataria mais do tema por falta de respostas. Em vez de responder diretamente, Alckmin aproveitou parte do tempo da resposta para falar da pergunta anterior, sobre crescimento. Acusou Lula de estar voltado para o passado. “O candidato Lula não reconhece nada que foi feito antes dele, tem os olhos voltados para o passado, está sempre voltado para trás, eu tenho olhos no futuro”, disse, referindo-se ao crescimento do país. Sobre o tema das privatizações, Alckmin também mudou de tom. Defendeu com mais ênfase a privatização feita pelo governo anterior. “Fala que eu vou privatizar, não tem nenhum problema privatizar se for correto, deve ser feito, o que não pode é mentir, dizer que eu vou privatizar o Banco do Brasil, Correios, Petrobras, Caixa Econômica Federal”.

Depois, Alckmin buscou centrar o debate no crescimento econômico do país e perguntou em que posição o Brasil tinha ficado no ranking da revista britânica "The Economist". Coitado! ficou amarelo com a resposta e ainda teve que ouvir os risos vindo da platéia.

"Alckmin é daqueles brasileiros que, se deu no 'New York Times', vale, se não deu não vale", ironizou mais uma vez Lula, que desafiou o adversário a perguntar a qualquer economista sobre os dados econômicos do país."Se o Serra estiver aqui pode perguntar para ele no intervalo", disse Lula , referindo-se ao governador eleito de São Paulo, companheiro de partido de Alckmin e economista.Alckmin insistiu no tema, disse que o Brasil só ganhou do Haiti na América Latina.

Lula refutou as comparações e disse que o brasileiro sabia como ele tinha herdado o país ao assumir o governo em 2003. "O Brasil estava totalmente descontrolado. Fico triste de comparar o Brasil com o Haiti. Brasil tem que ser comparado consigo mesmo, com as mágicas que foram feitas na economia e prejudicaram o povo brasileiro."

Em outro momento do debate, Alckmin quis saber sobre os gastos do governo federal com juros da dívida."Em três anos, foram 329 bilhões de reais, o 'bolsa juros' (debochando da Bolsa Família.)(...)

"Se o banco não ganhar dinheiro, quando quebrar aí sim arromba a economia deste país", respondeu, disse que prefere ter os bancos fortalecidos e emprestando dinheiro para população de baixa renda a ter instituições quebradas e que não quer ter de fazer um Proer --programa de socorro ao setor bancário lançado na gestão FHC. 'Eu quero banco emprestando dinheiro e com juro mais barato. Porque se banco quebra, tem que criar Proer como vocês.'

Na saida do debate Lula disse"Eu acho que o Alckmin é um pouco eletrônico. De vez em quando eu acho que tem alguém apertando um botão e ele fala as mesmas coisas", disse Lula a jornalistas na saída do estúdio da emissora em São Paulo.

Helena

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