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terça-feira, 17 de outubro de 2006

“Na mão grande, não!”


A coordenação de campanha do Presidente Lula reagiu duramente ao movimento dos partidos de oposição, de denunciar ao Tribunal Superior Eleitoral uma suposta “operação abafa” nas investigações da Polícia Federal. Ontem à tarde, o coordenador da campanha, Marco Aurélio Garcia, e os governadores eleitos da Bahia, Jaques Wagner, e de Sergipe, Marcelo Déda, acusaram a oposição de tentar um golpe. “A oposição está desesperada porque as pesquisas indicam a vitória do presidente Lula e está tentando desestabilizar as instituições do país”, diz Wagner. “Mas ninguém vai levar as eleições na mão grande, porque este é um país que se respeita”.

A reação começou pela manhã, no Palácio do Planalto. Lula estava muito irritado com a cobertura que a imprensa deu ao caso do dossiê no final de semana. Disse aos seus interlocutores, entre eles o presidente do PT e coordenador da campanha da reeleição, Marco Aurélio Garcia, e o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, que teme o aparecimento de um “fato novo” no caso em um momento estratégico da campanha, a exemplo do que aconteceu no primeiro turno, quando fotos do dinheiro apreendido foram vazadas dois dias antes da eleição.Pessoas ligadas ao Presidente fala um calendário de riscos, segundo elas qualquer nova revelação, especialmente sobre a origem do dinheiro, pode ser detonada no dia de um dos debates presidenciais na televisão ou então um dia depois do encerramento do horário eleitoral. Em qualquer desses casos, o impacto seria grande e a possibilidade de reação menor.

Por isso, Lula quer tomar a iniciativa. Cobrou de Márcio Thomaz Bastos e Marco Aurélio Garcia que processem a revista Veja, que acusou em matéria de capa a Polícia Federal e o Ministério da Justiça de obstruir as investigações sobre o dossiê. E escalou Déda e Wagner para o confronto político com a oposição. Vencedores em seus estados e sem vinculação com os escândalos políticos, eles têm respaldo político para essa briga. A oposição está sendo vista como fruto do desespero eleitoral. “A oposição está sofrendo de pesquisite aguda”, diz Déda. “A febre e o delírio fazem o paciente perder a conexão com a realidade”. Segundo ele, “a oposição está atônita, porque esperava uma onda a favor de Alckmin no segundo turno e o que as pesquisas mostram é a vantagem do presidente Lula”.

Impeachment

Na campanha de Lula todos então em alerta com a oposição, que prevendo a derrota nas urnas, estaria se preparando para tentar virar o jogo com ações na justiça eleitoral ou uma tentativa de impeachment. “Não será com factóides que a oposição vai conspirar e fraudar a vontade popular”, diz Marco Aurélio Garcia. “Há um núcleo duro na campanha de Alckmin, com gente como Antônio Carlos Magalhães (PFL), que não tem intimidade nem respeito pela democracia”. Segundo ele, “é leviandade eleitoreira questionar instituições como a Polícia Federal”.

Wagner e Déda anunciaram que vão procurar outros governadores, inclusive da oposição, para pedir moderação na campanha eleitoral. “Os governadores eleitos estão preocupados com a preservação das instituições democráticas”, diz Déda. “Sabem que haverá um país a administrar no dia seguinte às eleições, seja quem for o vencedor”. Na lista, estão Aécio Neves, reeleito em Minas Gerais, e José Serra, vencedor em São Paulo, considerados tucanos moderados pelo governo.


Helena

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