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quinta-feira, 12 de outubro de 2006

Lula: 'Eu não sei se a elite já me aceita'


Em entrevista publicada na edição desta quinta-feira do jornal O Globo o Presidente Lula, candidato à reeleição , afirmou que o país, sem precisar de novas reformas, sem a necessidade de cortar gastos e sem enxugar o tamanho do Estado através de novas privatizações já está pronto para um ciclo de crescimento econômico de mais de 5% ao ano pelos próximos cinco anos.Segundo Lula, as discussões sobre a Previdência e a reforma tributária continuarão, mas essas reformas não são vistas como obstáculos para o crescimento.

O Presidente disse que mudou nos últimos 20 anos, mas que sua concepção sobre o papel do Estado, não. “Meu problema com a privatização é de conceito”, disse, revelando que não teria privatizado nem as empresas de telefonia e nem a Vale do Rio Doce. Durante a entrevista, Lula queixou-se que os empresários não o apóiam apesar de estarem ganhando “muito dinheiro” em seu governo - mas em nenhum momento falou de redução de impostos e diminuição da burocracia, as duas idéias que o setor mais defende.O presidente também disse que não sabe se a elite já o aceitou. E fez uma de suas tradicionais metáforas futebolísticas.

- Eu não sei. É como torcida de futebol. De vez em quando eu fico pensando: por que em São Paulo tinha que haver tanto clube? Não podia ser apenas o Corinthians? Mas existe o são-paulino, o palmeirense, o santista... Por que no Rio tem que haver Flamengo, Botafogo, Vasco e Fluminense? É porque o povo tem opções! Então, não pergunto para nenhum setor se me aceita ou não.O presidente não deixou de dar respostas a nenhuma das perguntas sobre corrupção, mesmo às mais duras. Mas demonstrou impaciência e irritação algumas vezes.

Foi veemente na defesa do ex-assessor Freud Godoy e, categórico, disse: “Esse menino não tem nada”. Afirmou que não deixará “pedra sobre pedra” nas investigações, “doa a quem doer”. Referiu-se aos entrevistadores como “meus amigos”, “meu filho”, “meu querido” e “companheiro”. Em certo momento, pediu uma entrevista “menos ideológica e mais programática”. Em uma hora e meia, fumou seis cigarrilhas e tomou três cafés e três águas. O Presidente foi entrevistado pelos colunistas Ancelmo Gois, Merval Pereira, Miriam Leitão, Tereza Cruvinel e Jorge Bastos Moreno e pelo diretor de Redação, Rodolfo Fernandes.

O Globo com texto aqui

Helena

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