Há coisas que caíram de moda. Uma delas: armazém de secos e molhados. Outra: maiô com saiote. Muitas outras: máquina de datilografia, brilhantina no cabelo, pente no bolso, lenço de pano, eletrola, videocassete, disco de vinil. Comportamentos também ficaram pra trás. É o caso de fumar, dirigir sem cinto de segurança, furar a fila, jogar lixo pela janela, arear panela, andar com rolinhos no cabelo.
E a carteirada? O abuso dos que se sentem superiores aos demais parecia pertencer a tempos idos e vividos. Tão idos que certas expressões usadas por eles viraram motivo de gozação. “Sabe com quem está falando?” é a mais consagrada. Às vezes sofre variações. “Sabe quem é meu pai?” “Você imagina quem sou eu?” “O senhor me conhece?” “Já ouviu falar em fulano de tal?” E por aí vai.
O mais igual caiu de moda. Mas ainda mostra sinais de vida. Vale o exemplo do programa eleitoral. Há médico sem cara de médico. O médico tem cara de louco. Usa palavriado de baixo nível para se referir ao adversário. Há Professor sem evidência de professor.Mas jura que veio da classe pobre da população. Há Juiz sem ar de magistrado. Há até um presidente, de um certo partido político, disfarçaddo que usa a mídia para pedir votos para a oposição. O que fazer? Exibir o cartão de autoridade. É o título. Dr...., enfermeira..., prof... , juiz... , promotor Chico & cia. superior apostam no efeito carteiraço. Com ele (e o seu voto), sonham receber o broche de excelência. Domingo, acordarão.
Helena
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