Nem mesmo o tumulto causado pela presença do tucano na favela Paraisópolis, Zona Sul de São Paulo, ontem, atrapalhou o carteado de moradores em um pequeno bar na rua José Augusto Souza e Silva. O único que saiu do bar para cumprimentar Serra foi justamente o dono do estabelecimento, Antônio Costa. “Gosto muito dele e espero que atenda às nossas reivindicações.” Mas a opinião não era a mesma de seu vizinho, o porteiro desempregado José Bispo, que viu Serra passar em frente a sua casa sem cumprimentá-lo. Eleitor de Orestes Quércia (PMDB), Bispo diz que o tucano não atendeu às reivindicações da comunidade enquanto esteve à frente da Prefeitura de São Paulo. “Não gosto de quem não faz nada. Moro há 19 anos aqui e não vi nenhuma melhora no bairro”, queixou-se.
Apesar de não se importar com a bagunça provocada pelo corpo-a-corpo, o morador lembrou de uma promessa não cumprida por Serra: “Ele disse que iria ficar na Prefeitura, mas saiu para tentar outro cargo. O certo seria terminar antes para depois pensar em outra coisa.”
Quem também aproveitou a visita de Serra em Paraisópolis para fazer reivindicação foi a dona-de-casa Maria da Silva Bezerra. Com um cartaz nas mãos, ela reclamou com o ex-prefeito o fato de a Prefeitura querer pagar R$ 5 mil para os moradores deixarem a favela por considerar "área de risco". “É muito pouco. Tem muita casa boa que vale muito mais.” Serra respondeu: “É bom eu saber, não estava sabendo. Eu vou olhar isso.”. Coincidência ou não, os moradores do Morumbi, bairro nobre de São Paulo que fica bem próximo a favela estão fazendo pressão para a retirada da favela do bairro..
Até mesmo o presidente da Associação de Moradores da região, José Rolim – suplente de vereador na chapa tucana – reconheceu que a verba não atende às necessidades dos moradores, “A verba habitacional para desapropriação é pouca. Nós precisamos melhorar isso para não criar constrangimentos.” Na caminhada, o governável ouvir reclamações da dona-de-casa Maria Batista, que cobrou o “Vai e Volta” (programa municipal de transporte de alunos) para seus filhos. “Ele prometeu em 2004 e não cumpriu”, disse, chateada.
O tucano não escapou nem mesmo de cobranças das crianças. “Serra, precisa colocar mais peruas para a gente ir para a escola e também consertar o chuveiro de lá”.
A visita também provocou situações inusitadas. Ao observar a comitiva de veículos e a agitação de crianças correndo nas minúsculas vielas, o vigilante Roberto do Nascimento perguntou aos repórteres: "É o Lula?". Decepcionado com a resposta, ainda assim foi em direção a Serra, onde recebeu um aperto de mão.
Helena
Com informações do Diário do Grande ABC
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