Pages

sábado, 23 de setembro de 2006

Na favela, mas longe do povão


A convite de MV Bill, Geraldo Alckmin "pisou o chão" da Cidade de Deus,-Rio de Janeiro- para uma caminhada neste sábado, acompanhado mais por correligionários do que por moradores. Logo que iniciou sua caminhada, Alckmin foi abordado por dona Teresa Antônia, com seu tabuleiro de empadas a 1 real, que tentou, sem sucesso, vender uma ao candidato. "Queria que ele provasse minha empada, mas ele disse que estava de regime", lamentou a vendedora, cujas empadas são consideradas as melhores da Cidade de Deus.

Alckmin passou pela avenida mais urbanizada, a travessa Midiã, com calçamento bastante precário. "Escolheram essa rua para mostrar que a prefeitura não está trabalhando. Vou mandar consertar", brincou o prefeito Cesar Maia, que ouviu de um morador o grito de "quero ver".

Alckmin não gostou dos protestos de Paulo Rodrigues, morador da Cidade de Deus há 40 anos, que parou sua bicicleta para esbravejar em direção à comitiva. "Esse pessoal não gosta de pobre. Quero saber se vão devolver as estatais que entregaram", falou alto e em bom tom para que pudesse ser ouvido.Com discurso mais politizado, Paulo disse que era funcionário da Infraero e que estava voltando agora à empresa por ter sido anistiado. "Mas não é por isso não. O Lula veio aqui e não teve tudo isso", falou, apontando para policiais militares armados com fuzis, parados em um cruzamento próximo ao local onde Alckmin discursaria.

Ao contrário de Lula, que falou no grande espaço da quadra da escola de samba da comunidade, Alckmin foi recebido na Célula Cultural da Cufa, que apesar de contar com o apoio de diversas instituições teve seu prédio reformado com verba doada pelo jogador de futebol Ronaldo Fenômeno.Paulo Rodrigues disse que enquanto Lula ficou no meio dos moradores da favela na quadra da escola de Samba, para Alckmin foi preparado com todo cuidado a Central Única das Favelas (Cufa) para que Alckmin se mantivesse distante dos moradores da favela.

Helena

0 Comentários:

Postar um comentário


Meus queridos e minhas queridas leitoras

Não publicamos comentários anônimos

Obrigada pela colaboração