G O L P I S T A S

Oposição chama Lula para ringue e quer que governo morda a isca

A oposição escalou alguns de seus principais interlocutores para atirar com toda carga no peito do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), candidato à reeleição. O objetivo é desestabilizar o governo, até agora inibido diante das denúncias do caso "dossiê Serra", e provocar Lula a entrar no ringue.

A avaliação é de que o presidente tem pessoas próximas a ele implicadas em atividades ilícitas e, se "morder a isca", partindo para o contra-ataque, não terá como evitar a agenda negativa que se formou nas últimas 24 horas.

Ninguém sabe ao certo se o dossiê é capaz de corroer a popularidade de Lula, mas todo sacrifício conta em uma disputa que, há alguns dias, era dada como perdida pela própria oposição.

Nos bastidores, aliados exigem que Alckmin mostre mais "indignação" diante do episódio e transfira esse sentimento ao eleitorado que tenta conquistar para chegar ao segundo turno.

"O candidato tem de saber aproveitar melhor isso tudo, principalmente agora, nessa fase em que tudo ganha repercussão", disse um dos interlocutores do presidenciável.

A briga contra o governo está só no começo. Agora, a oposição espera uma nova vitória, ver Freud Godoy na cadeia.

Além dos "Golpistas institucionais", como os presidentes do PSDB, senador Tasso Jereisssati (CE), e do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), a coligação escalou outros "pugilistas" considerados bons de briga. Os senadores Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA), inimigo número 1 do Planalto, e Athur Virgílio (PSDB-AM) abriram o verbo nesta terça-feira sem nenhuma censura para agredir o presidente.

Foi o senador Jorge Bonrhausen quem liderou nesta terça o coro oposicionista para provocar Lula. O pefelista bateu forte no adversário, chamando-o de "ladrão". A jornalistas, ele acrescentou: "Quem faz corrupção é o Executivo".

"Sim, Bornhausen é o nosso Carlos Lacerda", afirmou um deputado da cúpula do PFL, referindo-se a uma recente reivindicação do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso de que a campanha precisava de um político como Carlos Lacerda para levantar a indignação.

Lacerda foi um dos mais ferozes críticos do segundo governo do presidente Getúlio Vargas e membro da chamada extrema direita. Sua oposição implacável culminou com o suicídio de Getúlio, em 1954.

Quando FHC clama por um Carlos Lacerda e quando parte da imprensa compara Freud Godoy com Gregório Fortunato, convém aos apoiadores da campanha Lula entrar em estado de alerta.

Helena