"A gente tapa um furo, mas tem outros e, por mais que a gente tire água com balde, a canoa vai enchendo", disse ontem o senador Heráclito Fortes (PFL-PI), um dos coordenadores da campanha do candidato tucano à Presidência, Geraldo Alckmin.
A avaliação retrata bem o estado de ânimo de tucanos e pefelistas, que hoje se confessaram decepcionados com o resultado da pesquisa do instituto Datafolha, divulgado ontem, confirmando a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em primeiro turno e mostrando Alckmin estacionado na faixa dos 27% das intenções de voto. "Eu esperava que a gente estivesse melhor na pesquisa", confessou ontem o presidente nacional do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE). O tucano ainda fez uma avaliação pessimista da campanha.
"Os prefeitos estão de braços cruzados, o programa de televisão não trouxe impacto até agora e a campanha está fria em todo o País". Não bastassem os números desfavoráveis e a desmobilização das bases aliadas Brasil afora, Alckmin ainda amarga a briga interminável entre os parceiros da aliança nacional que disputam entre si em vários Estados.
Foi constatado que o pior desempenho de Alckmin no Nordeste é registrado em Pernambuco, onde o coordenador geral da campanha, senador Sérgio Guerra (PSDB-PE) e o candidato a vice, José Jorge (PFL-PE), deverão centrar esforços nesta reta final da campanha. Tasso também considera grave a situação em Alagoas, onde Alckmin acabou não tendo palanque por conta do acordo regional entre o candidato tucano ao governo, senador Teotônio Vilela (PSDB) e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), que apóia Lula.
Já os pefelistas concordaram com os tucanos na avaliação de que a campanha está crítica em três outros Estados, que por isto requerem ação imediata: o Paraná, onde o presidenciável registra seu pior desempenho na Região Sul; Espírito Santo, onde o quadro é considerado desastroso, porque o candidato foi "abandonado" pelos aliados e o Maranhão, onde Lula disparou a sua frente.
Preocupado com o fraco desempenho do tucano na Região Nordeste, o líder do PFL no Senado, José Agripino (RN), sugeriu que o candidato apresente uma proposta concreta do que pretende fazer em cada Estado. A avaliação dos pefelistas é de que a campanha está muito genérica e que falta o candidato assumir compromissos concretos, apresentando um programa de governo.
Helena
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