O presidente Lula participou de reunião ontem com artistas que defenderam a política baseada no realismo. "Política, a gente faz com o que a gente tem, e não com o que a gente quer. Esse é o jogo que a gente tem que fazer", disse Lula, ao falar sobre alianças para uma platéia de intelectuais.
Diante do público, o presidente afirmou que sua atuação no governo fez o País superar o "síndrome do preconceito dos que moram no andar de baixo": a desconfiança dos mais pobres de que uma pessoa como eles não saberia como governar o Brasil. "Hoje, os formadores de opinião não têm mais a verdade absoluta", afirmou Lula. "Não é mais a classe média que detém o voto da empregada doméstica e do porteiro. Os mais pobres hoje têm confiança para governar o País."
O encontro, realizado no Hotel Sofitel de São Paulo, reuniu cerca de 50 intelectuais, professores universitários e acadêmicos . No discurso de quase uma hora que fez, falou que "Os juros vão cair, o câmbio vai se ajustar, a economia vai crescer e temos projetos importantes em andamento, alguns para começar em março", anunciou. "Tivemos um excepcional começo", declarou, em alusão ao seu primeiro mandato. "Agora poderemos dar mais passos e muito mais sólidos."
Ex-integrante do governo, Frei Betto afirmou que vai votar nele,a psicanalista Maria Rita Kehl disse esperar um "novo governo, de um PT renovado e modificado com relação aos vícios ". Ferréz, rapper e escritor do Capão Redondo - na periferia de São Paulo, disse que foi ao encontro "para ouvir" como representante da periferia. Sua principal preocupação, afirmou, é o preço dos livros e a elitização da literatura. Para Ferréz, ética é uma questão fundamental, mas apareceu justamente "porque esse governo (Lula) é mais transparente"."Síndrome do preconceito dos que moram no andar de baixo", referindo-se a que parcela significativa dos pobres se sentem importantes como o presidente Lula.
Helena
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