Os grandes jornais brasileiros estão dando pouca importância para o fato do ex-deputado federal Emerson Kapaz aparecer na lista da máfia das ambulâncias. Até a semana passada, no entanto, Kapaz não era apenas o presidente do instituto Etco e integrante da Transparência Brasil. Era também um dos principais arrecadadores da campanha presidêncial de Geraldo Alckmin (PSDB). A Folha de S. Paulo informou o fato, mas não achou que o afastamento de Kapaz da função, decidida pela cúpula tucano-pefelista que está no comando da campanha, merecesse mais do que um registro no meio de uma matéria sobre os problemas de Alckmin – a saída de José Aníbal da coordenação era o outro revés sofrido nos últimos dias.
O simples fato de um arrecadador de um candidato presidêncial estar em suspeita é notícia, e das fortes. Por muito menos, os jornais atazanaram a vida do prefeito de Diadema, José Fillipi, que assumiu a tesouraria da campanha do presidente Lula à reeleição. E se o arrecadador de recursos do PT estivesse na lista dos sanguessugas? Os grandes jornais não se interessariam pela pauta? Dariam apenas um registro no meio das reportagens sobre a máfia das ambulâncias, sem um mísero título vinculando uma coisa à outra?
E será que nenhum jornalista vai perguntar a Geraldo Alckmin se ele acredita na palavra de Kapaz ou na do empresário Luiz Antonio Vedoin, que acusou o ex-arrecadador da campanha tucana?
Helena
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