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sábado, 8 de julho de 2006

Tempos de consumo


O consumo interno volta a ancorar o crescimento da indústria brasileira pela primeira vez desde a crise do Plano Real, em 1999. Hoje, o País vive período de queda dos juros e aumento da renda dos trabalhadores. Fatores que casam-se para fortalecer o consumo interno e impulsionar a recuperação da atividade industrial.

Os brasileiros aderiram ao planejamento econômico, aumentaram o consumo e estão injetando mais dinheiro no setor industrial do País. E o crescimento deve continuar nos próximos meses. Isso porque o aumento do salário mínimo acima da inflação e as facilidades de crédito mantêm a boa demanda interna. Além disso, houve margem significativa de redução nos estoques entre o fim de 2005 e o primeiro trimestre de 2006. Pesquisa Indicadores Industriais feita pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgada esta semana, mostra os sinais de crescimento da produção.

As vendas da indústria de transformação brasileira cresceram 0,73% em maio na comparação com abril, livre de influências sazonais. Em confronto com os dados de maio de 2005, o indicador apresenta expansão de 4,55% e acumula alta de 1,59% no ano. Além do incremento no consumo interno, o aquecimento industrial em maio foi impulsionado pela desvalorização do real frente ao dólar. Na prática, isso significa melhora no faturamento dos exportadores. Os números confirmam a recuperação da produção. O emprego no setor registra expansão pelo quarto mês consecutivo. O aumento foi de 0,46% em maio em relação a abril e o acumulado até o quinto mês do ano foi de 0,86% em relação ao mesmo período do ano passado.

Até mesmo as horas trabalhadas na produção registraram alta. O crescimento foi de 1,19% em maio em relação a abril e a utilização da capacidade instalada atingiu 81,3%, ante os 81% registrados em abril.

Levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), também divulgado esta semana, registra resultados que reforçam os sinais de recuperação no ritmo da atividade fabril. Os dados mostram que a produção da indústria cresceu 1,6% em maio em comparação com abril. Maior alta desde dezembro do ano passado, quando o setor alavancou 2,5%. Houve também crescimento de 4,8% em relação a maio de 2005, acumulando 3,3% no ano e 2,6% nos últimos doze meses. O saldo foi positivo em 6,2% para a produção de veículos automotores, em 2,5% para alimentos e 3,1% quanto a máquinas e equipamentos. As pressões negativas vieram de eletrônicos e equipamentos de comunicação, -7,9%.

As vendas industriais crescem, estimuladas pelo fortalecimento do consumo interno. A expansão real da massa de salários e o aumento nos ganhos com benefícios sociais, com o recebimento do novo valor do salário mínimo, ampliaram a demanda das famílias. Ao mesmo tempo, a queda dos juros proporciona melhores condições de crédito. O consumo interno responde hoje por 60% do Produto Interno Bruto Brasileiro (PIB). No setor industrial, a demanda em 2006 foi maior no mercado interno. “Este dado também contribuiu para o crescimento das empresas”, diz o gerente-executivo da Unidade de Políticas Econômicas da CNI, Flávio Castelo Branco.

Além disso, a inflação, que deve fechar o ano entre 4% e 4,5%, possibilitou a retomada do crescimento econômico. “O aumento no emprego é outro fator. Isso possibilita que as pessoas planejem, que possam se endividar. O resultado disso é o aumento no consumo interno do País”, fala. Para Paulo Mol, o crescimento da demanda interna foi o grande marco do Plano Real. A redução da inflação e o aumento do poder aquisitivo, principalmente da população de baixa renda, alavancaram o consumo de bens duráveis no País.

Helena

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