BMW E FLAT EM TROCA DE EMENDAS
Ontem foi descoberto novos nomes:
dois deputados federais alagoanos :
João Caldas (PL)
Benedito de Lira (PP)
José Thomaz Nonô (PFL)
Helenildo Ribeiro (PSDB)
Celsita Pinheiro (PFL-MT)
Jonas Pinheiro (PFL-MT)
Rogério Teófilo (PPS)
Nonô, é candidato ao Senado pela coligação de Lyra,
Dono da Planam disse, em depoimento à Justiça Federal, que pagava propina a parlamentares de várias maneiras. Muitos recebiam em dinheiro vivo e outros nas contas de assessores e parentes
Os que parlamentares envolvidos com a quadrilha acusada de fraudar a compra de ambulâncias receberam propina em dinheiro, carros, entre eles um BMW, viagens e até um flat. As informações, de acordo com Jungmann, constam do depoimento de Luiz Antônio Trevisan Vedoin à Justiça Federal do Mato Grosso. Segundo o empresário, 105 congressistas receberam vantagem financeira do esquema, investigado pelo Congresso e pelo Ministério Público Federal.
Quarenta parlamentares teriam embolsado propina em dinheiro vivo, em troca da apresentação de emendas ao Orçamento que beneficiariam o esquema. Outros 34 teriam recebido depósitos na conta de assessores, 10 na própria conta e cinco na conta de parentes. Alguns, segundo o depoimento do empresário, preferiram bens no lugar de dinheiro. Cinco carros teriam sido distribuídos, entre eles um BMW, e também um flat. Até agora, porém, haveria documentos para comprovar o envolvimento apenas de 54 suspeitos entre os documentos reunidos pela CPI.
O empresário, Vedoin, sem citar nomes, disse que outros 11 congressistas teriam recebido propina em troca de emendas. O depoimento de de Vedoin durou mais de 90 horas em Cuiabá. O vice-presidente destacou que a CPI tentará indiciar todos os 105 suspeitos, quebrando os sigilos dos parlamentares, de assessores e familiares.
Depois de divulgar, na terça-feira, os nomes dos 57 investigados pela comissão e pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a CPI negocia agora tornar público os nomes de todos os citados por Luiz Antônio. “Todo brasileiro tem direito a conhecer esse documento histórico (o depoimento de Vedoin). É injusto que 57 já estejam nas ruas e os outros no anonimato. Tanto para o conhecimento do eleitor como também para eles próprios se defenderem”, argumentou Jungmann. Segundo ele, o número de parlamentares envolvidos pode ser superior a 105, uma vez que existem nomes na lista do MP que não foram citados por Vedoin.
A lista conta com mais de 150 prefeituras que teriam repassado os números à Planam. Ela será cruzada com outra planilha, contendo os nomes de cerca de 60 congressistas que teriam entregue senhas à empresa, para o controle do trâmite de emendas. “Vamos confrontar os nomes de parlamentares que cederam senhas à Planam e aparecem como autores de emendas para a aquisição de ambulâncias nos 150 municípios listados”, explicou o vice presidente da CPI.
Todo brasileiro tem direito a conhecer esse documento histórico (o depoimento de Vedoin)
Corrida para ganhar salvo-conduto
O líder do PP na Câmara, Mário Negromonte (BA), e outros dois integrantes da legenda, Nélio Dias (RN) e Benedito de Lira (AL), conseguiram ontem da CPI dos Sanguessugas declarações de que não tiveram os nomes mencionados pelo empresário Luiz Antônio Vedoin em depoimento à Justiça Federal do Mato Grosso. Apesar de não significar que estejam isentos de culpa, o documento foi considerado por eles uma espécie de “certidão negativa”. “Não há negociação flagrada nas escutas telefônicas que me envolvam, não há anotação do meu nome no livro-caixa da Planam, nem menção a ele no depoimento do Luiz Antônio”, argumentou Mário Negromonte.
O deputado Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ), autorizou a entrega das declarações, mas advertiu que elas não têm caráter de certidão negativa ou salvo-conduto. “O ofício diz apenas que esses parlamentares não foram citados por Luiz Antônio, mas há outras informações que precisarão ser investigadas para confirmar ou não se eles tiveram algum envolvimento”, explicou o Petista. O nome líder do PP, por exemplo, apareceu em conversa entre Luiz Antônio e o ex-deputado Ronivon Santiago (PP-AC), gravada pela PF.
CPI pode ter novas baixas
O depoimento do empresário Luiz Antônio Vedoin à Justiça Federal do Mato Grosso pode provocar novas baixas na CPI dos Sanguessugas. No interrogatório, Vedoin disse que, entre os parlamentares com quem negociou emendas para a compra de ambulâncias, estão Marcondes Gadelha (PSB-PB) e Celsita Pinheiro (PFL-MT). Gadelha é um dos integrantes da CPI e Celsita é mulher do senador Jonas Pinheiro (PFL-MT), um dos suplentes da comissão.
Na próxima semana, a CPI deverá analisar se Gadelha e Jonas Pinheiro devem ou não deixar a comissão. Gadelha disse que apresentou duas emendas para a compra de ambulâncias, uma de R$ 60 mil em 2001, e outra de R$ 100 mil ano passado. O deputado conta ainda que o irmão dele, Salomão Gadelha, comprou três ambulâncias de uma das empresas da família Vedoin em 2002, quando era prefeito de Souza (PB). Gadelha sustenta, no entanto, que não conhece e nunca fez negócios com Vedoin. A reportagem procurou Celsita e Jonas Pinheiro, mas os dois não retornaram as ligações.
Logo depois de ter sido instalada, os deputados Mário Negromonte (PP-BA) e Benedito de Lira (PP-AL), tiveram que deixar a comissão. Os dois aparecem na lista dos investigados por supostas ligações com os sanguessugas. O presidente da Câmara dos Deputados, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), afirmou ontem que não há “desculpa” para o Congresso não punir os eventuais culpados de envolvimento com a máfia dos sanguessugas.
entenda o caso
A dança dos números
Desde a Operação Sanguessuga, no início de maio, há muita especulação em torno da quantidade de parlamentares que estariam envolvidos no esquema, que teria movimentado R$ 110 milhões desde 2001 e entregue mil veículos. Começou com 63 suspeitos, subiu para 81 e chegou a um terço da Câmara dos Deputados (181). Essa última hipótese foi lançada pela ex-assessora do Ministério da Saúde, Maria da Penha, num dos depoimentos que prestou às autoridades encarregadas da investigação.
Depois de analisar o material reunido pela Polícia Federal e pela Procuradoria da República no Mato Grosso, o procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, sinalizou com um número mais concreto. O chefe do Ministério Público pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para investiga 57. Na última segunda-feira,a partir da leitura do depoimento de Luiz Antônio Vedoin à Justiça Federal, integrantes da CPI dos Sanguessugasafirmaram que há 105 suspeitos.
Além de revelar nomes de envolvidos, a papelada mostra como a quadrilha fraudava a venda de ambulâncias para prefeituras em diversos estados do país. De acordo com as investigações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal, o grupo comandado pela família Trevisan-Vedoin contava com integrantes infiltrados no Congresso Nacional e no Ministério da Saúde.
Burocracia
O primeiro passo do crime era o contato com os prefeitos. Na conversa, era oferecida a eles a possibilidade de conseguir ambulâncias fora dos trâmites normais, sem burocracia. A partir da concordância dos prefeitos, a quadrilha acionava parlamentares e assessores, que preparavam as emendas ao Orçamento, disponiblizando recursos para a aquisição dos veículos.
Maria da Penha Lino, do Ministério da Saúde, teria a incumbência de aprovar o convênio e facilitar a liberação do dinheiro. Caberia à Planam, pertencente à família Trevisan Vedoin, montar as ambulâncias e entregá-las ao prefeito. A empresa superfaturava em até 110% a operação e entregava um veículo sem vários equipamentos necessários para atendimentos de emergência.
Helena
Dono da Planam disse, em depoimento à Justiça Federal, que pagava propina a parlamentares de várias maneiras. Muitos recebiam em dinheiro vivo e outros nas contas de assessores e parentes
Os que parlamentares envolvidos com a quadrilha acusada de fraudar a compra de ambulâncias receberam propina em dinheiro, carros, entre eles um BMW, viagens e até um flat. As informações, de acordo com Jungmann, constam do depoimento de Luiz Antônio Trevisan Vedoin à Justiça Federal do Mato Grosso. Segundo o empresário, 105 congressistas receberam vantagem financeira do esquema, investigado pelo Congresso e pelo Ministério Público Federal.
Quarenta parlamentares teriam embolsado propina em dinheiro vivo, em troca da apresentação de emendas ao Orçamento que beneficiariam o esquema. Outros 34 teriam recebido depósitos na conta de assessores, 10 na própria conta e cinco na conta de parentes. Alguns, segundo o depoimento do empresário, preferiram bens no lugar de dinheiro. Cinco carros teriam sido distribuídos, entre eles um BMW, e também um flat. Até agora, porém, haveria documentos para comprovar o envolvimento apenas de 54 suspeitos entre os documentos reunidos pela CPI.
O empresário, Vedoin, sem citar nomes, disse que outros 11 congressistas teriam recebido propina em troca de emendas. O depoimento de de Vedoin durou mais de 90 horas em Cuiabá. O vice-presidente destacou que a CPI tentará indiciar todos os 105 suspeitos, quebrando os sigilos dos parlamentares, de assessores e familiares.
Depois de divulgar, na terça-feira, os nomes dos 57 investigados pela comissão e pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a CPI negocia agora tornar público os nomes de todos os citados por Luiz Antônio. “Todo brasileiro tem direito a conhecer esse documento histórico (o depoimento de Vedoin). É injusto que 57 já estejam nas ruas e os outros no anonimato. Tanto para o conhecimento do eleitor como também para eles próprios se defenderem”, argumentou Jungmann. Segundo ele, o número de parlamentares envolvidos pode ser superior a 105, uma vez que existem nomes na lista do MP que não foram citados por Vedoin.
A lista conta com mais de 150 prefeituras que teriam repassado os números à Planam. Ela será cruzada com outra planilha, contendo os nomes de cerca de 60 congressistas que teriam entregue senhas à empresa, para o controle do trâmite de emendas. “Vamos confrontar os nomes de parlamentares que cederam senhas à Planam e aparecem como autores de emendas para a aquisição de ambulâncias nos 150 municípios listados”, explicou o vice presidente da CPI.
Todo brasileiro tem direito a conhecer esse documento histórico (o depoimento de Vedoin)
Corrida para ganhar salvo-conduto
O líder do PP na Câmara, Mário Negromonte (BA), e outros dois integrantes da legenda, Nélio Dias (RN) e Benedito de Lira (AL), conseguiram ontem da CPI dos Sanguessugas declarações de que não tiveram os nomes mencionados pelo empresário Luiz Antônio Vedoin em depoimento à Justiça Federal do Mato Grosso. Apesar de não significar que estejam isentos de culpa, o documento foi considerado por eles uma espécie de “certidão negativa”. “Não há negociação flagrada nas escutas telefônicas que me envolvam, não há anotação do meu nome no livro-caixa da Planam, nem menção a ele no depoimento do Luiz Antônio”, argumentou Mário Negromonte.
O deputado Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ), autorizou a entrega das declarações, mas advertiu que elas não têm caráter de certidão negativa ou salvo-conduto. “O ofício diz apenas que esses parlamentares não foram citados por Luiz Antônio, mas há outras informações que precisarão ser investigadas para confirmar ou não se eles tiveram algum envolvimento”, explicou o Petista. O nome líder do PP, por exemplo, apareceu em conversa entre Luiz Antônio e o ex-deputado Ronivon Santiago (PP-AC), gravada pela PF.
CPI pode ter novas baixas
O depoimento do empresário Luiz Antônio Vedoin à Justiça Federal do Mato Grosso pode provocar novas baixas na CPI dos Sanguessugas. No interrogatório, Vedoin disse que, entre os parlamentares com quem negociou emendas para a compra de ambulâncias, estão Marcondes Gadelha (PSB-PB) e Celsita Pinheiro (PFL-MT). Gadelha é um dos integrantes da CPI e Celsita é mulher do senador Jonas Pinheiro (PFL-MT), um dos suplentes da comissão.
Na próxima semana, a CPI deverá analisar se Gadelha e Jonas Pinheiro devem ou não deixar a comissão. Gadelha disse que apresentou duas emendas para a compra de ambulâncias, uma de R$ 60 mil em 2001, e outra de R$ 100 mil ano passado. O deputado conta ainda que o irmão dele, Salomão Gadelha, comprou três ambulâncias de uma das empresas da família Vedoin em 2002, quando era prefeito de Souza (PB). Gadelha sustenta, no entanto, que não conhece e nunca fez negócios com Vedoin. A reportagem procurou Celsita e Jonas Pinheiro, mas os dois não retornaram as ligações.
Logo depois de ter sido instalada, os deputados Mário Negromonte (PP-BA) e Benedito de Lira (PP-AL), tiveram que deixar a comissão. Os dois aparecem na lista dos investigados por supostas ligações com os sanguessugas. O presidente da Câmara dos Deputados, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), afirmou ontem que não há “desculpa” para o Congresso não punir os eventuais culpados de envolvimento com a máfia dos sanguessugas.
entenda o caso
A dança dos números
Desde a Operação Sanguessuga, no início de maio, há muita especulação em torno da quantidade de parlamentares que estariam envolvidos no esquema, que teria movimentado R$ 110 milhões desde 2001 e entregue mil veículos. Começou com 63 suspeitos, subiu para 81 e chegou a um terço da Câmara dos Deputados (181). Essa última hipótese foi lançada pela ex-assessora do Ministério da Saúde, Maria da Penha, num dos depoimentos que prestou às autoridades encarregadas da investigação.
Depois de analisar o material reunido pela Polícia Federal e pela Procuradoria da República no Mato Grosso, o procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, sinalizou com um número mais concreto. O chefe do Ministério Público pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para investiga 57. Na última segunda-feira,a partir da leitura do depoimento de Luiz Antônio Vedoin à Justiça Federal, integrantes da CPI dos Sanguessugasafirmaram que há 105 suspeitos.
Além de revelar nomes de envolvidos, a papelada mostra como a quadrilha fraudava a venda de ambulâncias para prefeituras em diversos estados do país. De acordo com as investigações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal, o grupo comandado pela família Trevisan-Vedoin contava com integrantes infiltrados no Congresso Nacional e no Ministério da Saúde.
Burocracia
O primeiro passo do crime era o contato com os prefeitos. Na conversa, era oferecida a eles a possibilidade de conseguir ambulâncias fora dos trâmites normais, sem burocracia. A partir da concordância dos prefeitos, a quadrilha acionava parlamentares e assessores, que preparavam as emendas ao Orçamento, disponiblizando recursos para a aquisição dos veículos.
Maria da Penha Lino, do Ministério da Saúde, teria a incumbência de aprovar o convênio e facilitar a liberação do dinheiro. Caberia à Planam, pertencente à família Trevisan Vedoin, montar as ambulâncias e entregá-las ao prefeito. A empresa superfaturava em até 110% a operação e entregava um veículo sem vários equipamentos necessários para atendimentos de emergência.
Helena
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