Representantes de movimentos negros, intelectuais e defensores do Projeto de Cotas e do Estatuto da Igualdade Racial receberam ontem a garantia dos presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Aldo Rebelo (PcdoB-SP): no que depender deles, as propostas sobre o assunto que tramitam no Congresso serão votadas e aprovadas. A tendência, tanto no Senado quanto na Câmara, é pela aprovação das propostas.
Os presidentes das duas Casas do Congresso receberam de representantes do movimento negro e simpatizantes brancos da causa negra um manifesto em favor da igualdade racial assinado por 425 intelectuais e 157 estudantes de graduação e pós-graduação. “O importante é que nosso manifesto foi assinado por maioria de pessoas não-negras (50% mais 1) que apóiam o movimento negro”, disse frei David Raimundo dos Santos, diretor-executivo do Educafro, entidade que administra 225 cursos
“Esse debate é muito importante para a sociedade brasileira”, disse frei David. “Serve para mostrar à sociedade brasileira como o povo negro foi discriminado pela colonização e agora, pela neocolonização de intelectuais que se dizem contrários ao movimento negro. Eles que chegaram onde chegaram por força do ensino público”, disse o frei. “Esperávamos a reação há tempos. Não dá para avançar nos ideais negros sem depurar as idéias racistas”. Frei David disse que há 20 anos era contra o debate. Ele acha que os contrários também vão se converter.
Helena
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