A subversão dominou o Poder Legislativo em São Paulo no mesmo dia e hora em que a bancada do paralelepípedo depredava a Câmara Federal. Em Brasília, a irresponsabilidade de Bruno Maranhão mandou para a Papuda mais de 500 sem-terra. Em audiência na Assembléia Legislativa de São Paulo, o secretário de Segurança Pública do Estado, Saulo de Castro Abreu Filho, transgrediu as normas de civilidade e decoro e saiu de lá sob a proteção de toda a cúpula da polícia paulista.
Em Brasília, incitaram-se à violência pessoas que se acostumaram a ter o Estado contra si. E o resultado não poderia ser outro senão o retrocesso. A causa da reforma agrária perde simpatizantes e os adversários de projetos justos como a desapropriação de terras que exploram trabalho escravo ganham combustível.
Em São Paulo, por outro lado, Saulo de Castro passaria por um simples abusado não ocupasse o cargo que monopoliza a segurança do Estado. Seu comportamento na Assembléia foi a demonstração mais cabal de que, menos de um mês depois dos ataques do PCC, o necessário reforço à autoridade policial do Estado foi atropelada pela truculência.
A convocação de Saulo de Castro à Assembléia havia sido votada há mais de seis meses, mas o tempo parece ter sido insuficiente para que se preparasse. Justificou a qualificada escolta policial, que os jornalistas presentes calcularam em 150 oficiais, pela necessidade de auxílio nas respostas aos parlamentares.
A TV Assembléia mostrou o secretário batucando nervosamente na mesa enquanto o deputado que presidia a sessão da Comissão de Segurança Pública, Vanderlei Siraque (PT), o advertia de que o regimento da Casa não admite audiência armada. Sentado ao lado do parlamentar, Saulo de Castro olhou de lado para conferir o regimento que era lido e quis falar. O deputado tomou de volta o microfone: "O sr. não está com a palavra". Ele levantou-se com as mãos para cima, deu uma volta para demonstrar que estava desarmado e, rindo, sentou-se à mesa. "Foi um escárnio maior do que a dança da pizza do mensalão", resumiu o deputado Romeu Tuma Jr. (PMDB), delegado da Polícia Civil e integrante da comissão.
Helena
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