O ano já acabou para deputados e senadores. Eles só voltam a trabalhar – para valer – em 2007 Na folhinha, os 513 deputados e os 27 senadores têm mandato até 31
de janeiro de 2007. O trabalho dos parlamentares nos próximos meses, porém, seguirá um calendário diferente. Deputados
e senadores estão agora em recesso branco. O pretexto é a Copa do Mundo. Em julho, entrarão em férias – afinal,
ninguém é de ferro. Mas o fim das férias não significará a volta ao trabalho em Brasília. A campanha eleitoral
já terá sido oficialmente aberta. Deputados e senadores, em sua maioria, permanecerão
nos Estados. Depois das eleições,as atenções estarão concentradas na montagem do novo governo e nos
acordos para a escolha dos futuros dirigentes da Câmara e do Senado. Na prática,o Congresso parou e só volta no ano
que vem. Por que parou? Parou por quê? Como numa partida de futebol, essa
legislatura teve dois tempos. No primeiro,algumas questões importantes para o país receberam respostas de
deputados e senadores. Em três anos,o Congresso aprovou projetos como os
estatutos do Desarmamento e do Idoso, as reformas previdenciária e tributária(ainda que em versões limitadas),
a Lei de Falências e a Reforma do Judiciário, que instituiu o controleexterno da Justiça e do MinistérioPúblico. O escândalo do mensalão
foi o intervalo entre os dois tempos.No segundo tempo,o Congresso se dedicoubasicamente a julgar e –na maioria dos casos –a absolver os deputadosenvolvidos com o valerioduto.
De lá para cá, nenhumprojeto relevante foi votado
por deputados e senadores.Em janeiro, elesaprovaram uma convocaçãoextraordinária, quecustou R$ 95 milhões e rendeu maisuma mancha na imagem da instituição.Sob forte cobrança, reduziram as própriasférias anuais de 90 para 55 dias.
Se fosse para valer, eles só teriam descansoremunerado entre 18 e 31 de julho.Mas, agora, concederam a si próprios o recesso branco, uma tradiçãotão arraigada entre deputados e senadoresquanto a semana de três dias.
A explicação é a de sempre: a necessidadede deputados e senadores visitarem seus redutos eleitorais às vésperas
das eleições. “É mais uma maneira de descer um degrau na combalidaimagem do Congresso”, afirma o deputado
Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2004. A votação no plenário da Câmara estava prevista para a quarta-feira, mas, entre um jogo do Brasil e o feriado de Corpus Christi,não houve quórum. O empenho do Congresso só se explica porque vereadores
são bons cabos eleitorais. E aaprovação da emenda pode custar R$322 milhões em gastos públicos.
Helena
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