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quarta-feira, 14 de junho de 2006

Avaliação do governo já se equipara à imagem de Lula no impulso à reeleição


Pesquisas qualitativas encomendadas pelo Palácio do Planalto indicam que o governo também passou a ser um grande eleitor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Até um ano atrás, antes da crise, o presidente tinha força, era o favorito por causa dele, e apesar do governo. A última rodada da pesquisa CNI/Ibope, divulgada ontem, traduz em números as sondagens feitas sob encomenda do governo

De acordo com o Ibope, o percentual dos que avaliam o governo como ótimo ou bom aumentou de 38% em março para 44% em junho. Um resultado parecido com o de junho de 2003, que foi de 43%. No auge da crise, em setembro de 2005, a aprovação do governo era de 29%, segundo a mesma pesquisa.

Nos grupos reunidos pelos institutos, os entrevistados - selecionados igualmente entre pró e contra o governo - mencionariam positivamente o ProUni, o Pró-Jovem, o Brasil Alfabetizado e a criação ou interiorização de universidades. Mesmo entrevistados renitentes já não se oporiam quando esses programas são citados positivamente, limitando-se a responder algo do tipo "mas a segurança..."

O salário mínimo seria outro fator da melhora na avaliação do governo, assim como a correção da tabela do Imposto de Renda Retido na Fonte, a farmácia popular, o preço do material de construção e o Pronaf - programa de fortalecimento da agricultura familiar. De acordo com as sondagens do Planalto, a melhora ocorreu progressivamente ao longo dos cinco primeiros meses deste ano.

Na avaliação do governo, só agora o programa de farmácia popular começa a deslanchar efetivamente. Numa primeira fase, foram criadas 180 farmácias populares. O programa estava arrastado. Lula então decidiu que não iria criar "uma rede estatal de farmácias", no Brasil inteiro. Foi decidida a incorporação das farmácias privadas. Hoje são mais de 1.500, e a cada dia novas farmácias são credenciadas. Elas disponibilizam uma gôndola gôndola com remédios para pressão alta e diabete, que são de uso continuado, cujo público em potencial é estimado em 16 milhões de pessoas. O preço é cerca de 10% do valor do mercado.

O remédio fracionado é outro destaque - em vez de comprar uma cartela de comprimidos, a pessoa pode levar só o que precisar para consumir. Os comentários, nos grupos de pesquisas qualitativas, são de que Lula "presta atenção às pessoas", porque, para quem tem dinheiro, a sobra de comprimidos pouco importa", mas é significativa para o pobre.

Muito embora a melhora possa ser atribuída à propaganda , sobretudo na área da educação, no caso do Pronaf é fato que o atual governo tem investido substancialmente na agricultura familiar. O governo Fernando Henrique Cardoso chegou a destinar R$ 2 bilhões para o setor; no de Lula, os números começaram por R$ 5 bilhões até os R$ 10 bilhões previstos para a presente safra.


Helena

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