O jornalista Merval Pereira diz em sua coluna em O Globo, que os bons resultados das pesquisas de opinião estão subindo à cabeça do presidente Lula e que este vem abusando do dom de iludir. Primeiro que iludir não é um dom é defeito. Segundo, terceiros, quartos e assim por diante, quem tem a arte de iludir é o jornalista, que insiste com a tese estaparfúdia de que o presidente avalizou ou minimizou a questão do caixa dois, quando disse que essa prática é coisa que tem sido feito sistematicamente no Brasil. Onde está a mentira, ou ilusão? Para refrescar a memória do tucano enrustido que abriga a alma do Merval, que tal relembrar esta história com parte de um texto içado da Internet do dia em que o enfático senador Arthur Virgílio assumiu ter feito caixa 2 na campanha eleitoral de 1986? “O senador Arthur Virgílio tem se destacado nos últimos meses como uns dos mais implacáveis adversários do governo do PT e, pessoalmente do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que, por sinal, tem recebido dele insultos verbais e ameaças físicas, desferidas da tribuna do senado brasileiro. Virgílio, viripotente, soma à valentia de carateca praticante um discurso em defesa da ética absoluta no exercício da política. Tem dito com ênfase, por exemplo, que não admite o uso de”dinheiro não contabilizado” em campanhas eleitorais. Por isso acusa Lula de promover um “escandaloso esquema de corrupção no país”. Rigoroso e inarredável na suposta defesa dos melhores princípios, ele assinou a nota oficial do bloco PSDB/PFL , na qual lula é acusado de ter justificado “gravíssimo crime eleitoral” e de ter criado uma “cínica versão” – a do caixa 2- para o dinheiro esparramado por Marcos Valério nas campanhas eleitorais do Partido dos Trabalhadores e aliados nas eleições de 2002 e 2004. A nota tucano-pefelista referia-se à entrevista que Lula deu em Paris quando sustentou que o “PT fez do ponto de vista eleitoral, o que é feito no Brasil sistematicamente” e provocou uma chuva cínica de relâmpagos e trovoadas. Não se sabe se a valentia do senador Arthur Virgílio já foi posta à prova por algum outro valentão. Mas o rigor ético que ele enverga agora não fica de pé um segundo diante das declarações que ele deu ao Jornal do Brasil. Publicada na página 9, da edição do dia 19 de novembro de 2000, elas nocauteiam a ética que o senador ostenta agora. “Em 1986, fui obrigado a fazer caixa 2 na campanha para o governo do Amazonas. As empresas que fizeram doação não declararam as doações com medo de perseguição política” disse ele, em matéria assinada por Valdeci Rodrigues. O repórter notou, que após essa afirmação, que o então deputado “ficou tranqüilo porque esse crime eleitoral que cometeu já esta prescrito” A reportagem que tem o título de “Ilegalidade é freqüente”, trata da denúncia de que houve doações de mais de R$ 10 milhões à campanha de reeleição de Fernando Henrique Cardoso que não foram registradas no Tribunal Superior Eleitoral “Vamos acabar com mocinhos pré-fabricados e bandidos pré-concebidos. Nesse país o caixa 1 é improvável. A maioria das campanhas tem caixa 2” declarou Virgílio em 2000, como deputado, quando defendia a existência dela”. Relembro ainda que o ex-senador Andrade Vieira do falido Banco Bammerindus em depoimento à Comissão de Ética afirmou que houve caixa 2 na campanha de Fernando Henrique Cardoso, embora não pudesse provar. Fora, outros fatos que vieram à tona envolvendo diversos políticos entre estes o senador do PSDB Eduardo Azeredo uns dos precursores do valerioduto. E para terminar outra grande mentira do ilustre jornalista Merval Pereira se prende ao fato envolvendo o publicitário Duda Mendonça e a farsa de que o PT , através de seu ex-tesoureiro Delúbio Soares e o empresário Marcos Valério remeteram para o exterior dólares em paraísos fiscais para pagamento de Duda Mendonça. Não existe uma prova sequer de que essa deslavada mentira de Duda Mendonça seja verdadeira. Em princípio e fim, essa versão é contestada por Delúbio e M. Valério. Uma comissão tripartite de parlamentares foi ao exterior e não provou nada, apenas se certificou que Duda Mendonça já era detentor de contas no exterior, muito antes de qualquer relacionamento com o PT. Assim quem é detentor da arte de mentir, de ilusionismo e de manipulação, além de ter péssima memória é o jornalista Merval Pereira, que poderia ser mais discreto quanto a sua preferência eleitoral, na arte sagrada de fazer um jornalismo sério, ético e independente.
Não precisa gostar do Presidente Lula; compreende-se, aliás, para muitos, é terrível ver um ex-operário que não estudou muito no poder e reconhecer que, queiramos ou não, é ele que está à frente dos destinos do Brasil!
José Lopes
1 Comentários:
Como os cometários políticos deram n'agua. Partiram para a linha, arrogância, soberba e ilusão. Quem está precisando abrir os olhos? 58% dos eleitores? Esse pessoal precisa voltar para a escola...
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