A Ordem dos Advogados do Brasil não ousou pedir o impeachment do presidente Lula. Por ampla maioria, 25 X 7, o Conselho Federal cortou na raiz a intenção do presidente da ordem, Roberto Busato, e do jurista Miguel Reale Jr (ex-ministro da Justiça de FHC), entre outros de dar uma mãozinha para a oposição na campanha eleitoral.
Livre da tarefa de tentar desestabilizar o governo Lula, faria bem o presidente da OAB caso se dedicasse junto ao Congresso a uma causa de real interesse da sociedade, qual seja a modificação do Código Penal. A sociedade não suporta mais ver casos como o do criminoso confesso Antonio Marcos Pimenta Neves, ex-diretor de redação do jornal O Estado de São Paulo, que, condenado a mais de 19 anos de cadeia, saiu livre do tribunal para aguardar o julgamento do recurso em liberdade. Há até mesmo quem diga que jamais será preso em razão da idade avançada e dos recursos protelatórios de que pode lançar mão. Outro condenado que aguarda em liberdade o julgamento de recurso é o ex-senador Luis Estevão (certamente para alegria da combativa senadora Heloísa Helena). Estevão foi um dos condenados pelo desvio de verbas na construção da sede do Tribunal Regional de São Paulo.
Fatos como esse cristalizam na sociedade a impressão de que no Brasil todos são iguais, mas alguns (os que têm dinheiro) são mais iguais do que os outros. A justiça só é rigorosa para os três pês: pobres, pretos e prostitutas. Esse descrédito popular com o Judiciário deveria preocupar o doutor Busato e mobilizar os seus melhores esforços no sentido de revertê-lo. Ou será que não interessa à OAB mexer alterar essa situação porque a mesma proporciona polpudos rendimentos a ilustres advogados e, também, beneficia os seus iguais – os criminosos que estão no topo da pirâmide social?
Jens
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