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quarta-feira, 31 de maio de 2006

Presidente Lula é visto como "pai dos pobres" pelos nordestinos


A maior parte dos eleitores que afirmaram votar no presidente Luiz Inácio Lula da Silva por conta dos programas sociais do governo está concentrada no Nordeste do país -35%, região onde a intenção de voto no petista chega a 60%.
No Sul e no Sudeste, o percentual de quem vota devido aos programas sociais fica em 18% e 19%, respectivamente. A pesquisa também mostra uma discrepância entre os eleitores das regiões metropolitanas que disseram votar em Lula por conta das ações na área social.
Segundo o levantamento, na região Nordeste, 38% desse grupo vive no interior, contra 23% de regiões metropolitanas. No Sudeste, 22% estão no interior e 16% nas metrópoles.
A pesquisa foi realizada entre os dias 23 e 24 de maio, quando foram entrevistados 6.000 eleitores em 258 cidades de 24 Estados e do Distrito Federal.
Segundo o Datafolha, é importante destacar que foi solicitado aos entrevistados dizer por quais motivos votariam no candidato, e não apenas a principal razão, o que permitia mais de uma resposta. Também não foram apresentadas possíveis razões aos eleitores. Portanto, as respostas são espontâneas.

Bolsa-Família atingiu 9,2 mi de famílias em maio

O fato de 25% dos que dizem que votarão no presidente Luiz Inácio Lula da Silva citarem programas sociais como motivo pode ser explicado pelo alcance do Bolsa-Família. Neste mês, a transferência de renda beneficiou 9,2 milhões de famílias, ou 36 milhões de pessoas.
O programa atinge a parcela mais pobre da população. Recebem o benefício mensal, entre R$ 15 e R$ 95, famílias com renda por pessoa de até R$ 120 por mês.
Segundo a professora Rachel Meneguello, da Unicamp, o Bolsa-Família é um dos motivos da liderança de Lula nas pesquisas: "Nas classes mais pobres, há um poder de sustentação muito forte do presidente. Isso depende claramente da existência de programas sociais, como o Bolsa-Família."
O economista Eugenio Foganholo, da Mixer Consultoria, explica que a percepção dos eleitores de que o poder de compra com relação a comida é maior no governo Lula é baseada em fatos. "O peso dos alimentos no orçamento familiar está caindo."
A evolução dos preços no setor de alimentos é menor do que o aumento em outros setores da economia, diz ele. Houve ainda aumento real do salário mínimo de 25,32% de 2003 a 2006, segundo o Dieese. Em 2003, a relação salário mínimo/cesta básica era 1,2. Hoje, com o mínimo é possível comprar quase duas cestas básicas.


Helena

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