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segunda-feira, 22 de maio de 2006

Presidente defende Lembo


Presidente elogia a conduta do governador diante da crise deflagrada por ataques comandados por facção criminosa

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva elogiou ontem a atuação do governador de São Paulo, Cláudio Lembo (PFL), durante a onda de violência que abateu o estado na última semana e voltou a responsabilizar a falta de investimentos em educação pelos ataques promovidos pela organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). O assunto será pauta hoje da reunião semanal da coordenação polícia que tratará da segurança pública no país.

“Eu quero aqui, de público, dar a minha solidariedade ao governador pela postura que ele teve. Ele não podia fazer mais do que fez, não podia fazer”, disse Lula durante cerimônia de inauguração da sede do Sindicato dos Comerciários de São Paulo.

Os dois se encontraram ontem rapidamente em uma ala de autoridades do aeroporto de Congonhas, na Zona Sul de São Paulo. Foi o primeiro encontro desde o início da onda de violência no estado. O presidente disse ao governador que se o estado precisar de reforço da Segurança Nacional, ele não deve se fazer de rogado. Para Lula, governo federal não poderia enviar a Força Nacional ou o Exército sem pedir a Lembo ou seria uma intervenção. “Ainda há pouco estive com ele no aeroporto e disse: Cláudio, o que você precisar, não se faça de rogado. Nós estamos dispostos a ajudar com o que a gente tiver para ajudar”

Para o presidente, a crise de violência não é resultado da falta de policiais, mas da falta de investimento em educação. “O resultado do plantio mal feito e mal cuidado é o jovem cair na criminalidade”. Lula disse ainda que a sociedade precisa repensar suas atitudes políticas para depois combater a violência.

Crítica velada

No meio do discurso, o presidente questionou a resistência dos advogados em se identificarem quando participam de audiências com presos nas penitenciárias. “Há uma coisa que me deixa constrangido, Afif (Guilherme Afif Domingos, pré-candidato do PFL), é que a tua mulher, a mulher do Paulinho (da Força Sindical) ou a mulher do Aloizio Mercadante (senador do PT), neste momento, se estiverem em um shopping fazendo compras, estarão sendo filmadas”, citou. “Por que o advogado não quer sequer ser registrado quando vai visitar um preso? Então é preciso que a gente medite na solução que nós queremos para esse problema”, destacou o presidente. “Então o problema não é do governador, o problema não é do presidente ou do prefeito, o problema é da sociedade brasileira. Nós estamos colhendo o que foi plantado neste país e, se nós quisermos resolver isso, precisamos assumir a responsabilidade dos passos que nós vamos dar.”

Enumerando programas sociais do governo e medidas na área da educação, o presidente afirmou que é preciso muito mais do que polícia para resolver a questão da violência. Ele citou ações sociais, como o Programa Universidade para Todos (ProUni) que, em 14 meses, ofereceu 64 mil vagas para que jovens da periferia de São Paulo pudessem entrar na universidade. Em relação ao programa Bolsa Família, o presidente afirmou que só no estado de São Paulo o governo distribui bolsas a 854 mil famílias, o que dá quase 24 milhões de pessoas.


Helena

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