Alguém dúvida que a manchete aí em cima estaria estampada em todos os jornais e telejornais do país se o governo de São Paulo estivesse sob o comando do PT durante a rebelião desencadeada pelo PCC? Pois é. Mas como quem está no governo é a dobradinha PSDB-PFL, a mídia tem se omitido vergonhosamente de analisar com mais profundidade a sua responsabilidade na tragédia que desabou sobre o povo paulista. Afinal, faz 12 anos que os tucanos estão no poder em SP. Se a situação carcerária chegou a esse ponto de controle absoluto pela facção criminosa PCC, não é preciso ser um gênio da dedução para concluir que faltou competência ao PSDB impor regras duras que dificultassem a vida dos bandidos nos presídios paulistas. Com a palavra, o candidato do PSDB, Geraldo Alckmin.
Mesquinhez sem limites
Diante da trágica rebelião comandada pelo PCC em São Paulo e a possível exploração eleitoral do fato, o presidente Lula foi categórico: "Não acho que haja um mesquinho nesse país que queira tratar uma questão como essa como eleitoral. Até porque há muitas vítimas. Nessa hora é preciso que a gente feche os olhos para a baixeza e pense na solidariedade de toda a sociedade." Infelizmente, o presidente errou. A mesquinhez da oposição não conhece limites.
O senador Álvaro Dias, do PSDB, falando no plenário do Congresso, atribuiu à "incompetência e ao descaso do governo federal" os distúrbios e ataques em São Paulo. A deputada Zulaiê Cobra, também do PSDB, criticou a redução de recursos para a área de segurança pública (que teriam caído 11% em 2005%). No entanto, os recursos foram reduzidos para todos os estados brasileiros, porém, só em São Paulo constatou-se a falta de controle sobre o sistema penitenciário, sinal de que o problema é de gerenciamento e não de recursos. Os pré-candidatos Roberto Freire (PPS), Cristovam Buarque (PDT) e Heloísa Helena, também mostraram o barro sórdido de que são feitos, ao usar o doloroso episódio para criticar o governo federal e faturar dividendos políticos. O pré-candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, sumiu de cena nesses dias turbulentos, certamente na esperança de que a população não lembre que os fatos que enlutaram e transtornaram a sua vida fazem parte da herança amarga que o governo tucano deixou para o povo de São Paulo.
Jens
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