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terça-feira, 23 de maio de 2006

Críticas de Lembo ao PSDB e PFL


Governador recebe cúpula do partido, mas faz novos ataques a Serra e Alckmin, dizendo que "lealdade" demorou a chegar

Pefelistas também criticam encontro tucano nos EUA e declaração de Tasso de que Alckmin não tem carisma e precisa ser mais agressivo

Apesar da fotografia -produzida ontem com a visita da cúpula do PFL ao pré-candidato Geraldo Alckmin (PSDB)- o governador de São Paulo, Cláudio Lembo (PFL), expôs, mais uma vez, suas críticas ao tucanato, após receber o comando de seu partido no Palácio dos Bandeirantes. Esperava-se que o encontro pusesse um ponto final do mal-estar entre PSDB e PFL. Mas os pefelistas afirmam que, em nenhum momento, pediram que Lembo amenizasse suas declarações sobre o PSDB.
E, um dia após receber Alckmin e o ex-prefeito José Serra, Lembo disse que "a lealdade sempre demora para chegar a determinadas pessoas". "Quanto mais evoluídas intelectualmente, mais demora a lealdade para chegar." Os dois tucanos vêm sendo alvo de críticas de Lembo desde a última quarta, quando deu entrevista à Folha.
O PSDB foi alvo de ironias mesmo na reunião com o comando pefelista na ala residencial do Palácio. "Descobri que a capital do Brasil não é Buenos Aires. É Nova York. É uma descoberta notável", disse ele, numa referência à reunião dos tucanos Aécio Neves, Tasso Jereissati e Fernando Henrique Cardoso nos Estados Unidos, na semana passada, para discussão da campanha eleitoral.
Na conversa, o líder do PFL na Câmara, Rodrigo Maia, brincou ao se oferecer como parceiro de Lembo nas críticas a FHC. Após a reunião, o governador disse que foi objeto da deslealdade "de muita gente" e que sua mágoa de Alckmin (que só lhe telefonou duas vezes) passou. "No mundo sempre se sofre [deslealdades] a todo momento. Mas felizmente a semana passada passou".

Tasso

Os pefelistas também não pouparam o presidente do PSDB, Tasso Jereissati, de alfinetadas após o senador ter dito que Alckmin não tem carisma e por isso deve adotar uma campanha mais agressiva. "Ele falou isso porque estava em Nova York. No Brasil, não diria", disse o senador José Jorge (PE), vice de Alckmin. "Vamos esperar ele voltar de Nova York para explicar melhor", afirmou o senador Heráclito Fortes (PI).
"Não entendo de tucano. Já disse publicamente. Sou um homem simples demais", afirmou Lembo, declarando seu afeto pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Tentaram me intrigar com Lula. Quero bem ao Lula. E ponto. Falo publicamente." Lembo não foi ao escritório de Alckmin, onde o presidente do PFL, Jorge Bornhausen, anunciou, formalmente, a data e o local de oficialização da aliança com PSDB: dia 29, em Recife.

Alckmin

Em entrevista, Alckmin negou que Tasso tenha dito que perdera seu "cartão de visita" com a crise de segurança em São Paulo. "Não concordo porque ele não disse isso", reagiu.
Alckmin também rejeitou a proposta de adoção de um tom mais agressivo na campanha. "A campanha está indo muito bem, não poderia estar melhor", disse ele, ressaltando que, em 2002, a aliança "não foi possível a nível nacional", mas foi fechada no Estado.
Alckmin minimizou a idéia de divergências em sua campanha. Mas, muito questionado sobre a crise com o PFL, se exaltou: "Vou disputar a nona eleição. Se você for dar ouvido para fofoca, não faz mais nada".
Alckmin foi sarcástico ao comentar ao dizer que "acha ótimo que Lula elogie Lembo". "Dessa vez, ele acertou. Porque passou os meses todos elogiando os 40 ladrões [referindo-se aos 40 acusados de envolvimento no esquema do mensalão pela Procuradoria]. Agora, elogiou o homem correto."

Agressividade

Apesar das declarações de Alckmin, o coordenador-geral da campanha, senador Sérgio Guerra (PSDB-PE), admitiu que "deu confusão o conjunto da obra [da viagem dos tucanos aos Estados Unidos]". Ele disse que a campanha de Alckmin "será compulsoriamente mais agressiva", à medida em que há "o contraditório". "Difícil que não avance para um discurso mais ofensivo", afirmou.
Hoje à tarde, FHC reúne ex-ministros do seu governo para reunir dados contra os ataques petistas. "Vamos dar uma resposta. Não vamos deixar nenhum tipo de crítica sem contestação", disse José Gregori, ex-ministro da Justiça. Mas a idéia de manifestação de FHC assusta os aliados de Alckmin, que temem que a comparação domine a campanha eleitoral.


Helena

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