Intrigante a cobertura do Jornal Nacional (TV Globo) esta quarta (12/4/2006) sobre as conclusões do procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, acerca do caso mensalão. Souza utilizou expressões como "quadrilha" e "organização criminosa" para se referir à iniciativa de dezenas de pessoas de utilizarem seus cargos com o objetivo de dar "continuidade do projeto de poder do Partido dos Trabalhadores, mediante a compra de suporte político de outros partidos". O JN fez um quadro explicativo, bastante claro e objetivo, para fazer com que todos os Homers, Lineus, Marias e Joãos "entendessem" que os principais operadores do mensalão eram ex-dirigentes do PT e um importante ex-chefe de Estado petista (José Dirceu).
Eis um "detalhe" que o JN não vai dar: na denúncia, de 136 páginas, Antonio Fernando afirma que o esquema foi inaugurado em 1998, na campanha de reeleição do senador Eduardo Azeredo (PSDB) ao governo de Minas Gerais1. Por algum motivo, mesmo o tucano tendo sido até o momento da primeira denúncia o presidente do PSDB - aquele partido do candidato que pretende dar um "banho de ética" no PT -, Azeredo não consta da lista de denunciados. Bem como o banqueiro cheio de bons amigos Daniel Dantas2, um dos maiores abastecedores do Valerioduto. E ninguém no JN teve a brilhante idéia de pelo menos questionar se o procurador-geral não estaria partidarizando a disputa.
Aliás, por falar em PSDB, por algum motivo o JN também decidiu não dar destaque ao roubo, noticiado antes das 4 da tarde pela Folha Online, de documentos que poderiam incriminar... Geraldo Alckmin aquele que prometeu banho de ética......Leia mais aqui
Helena
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