A reportagem da revista Carta Capital da semana passada sobre o prejuízo causado à Previ pela construção do complexo hoteleiro do Sauípe, na Bahia, deixou ouriçados o coronel ACM e seu herdeiro, o coronelzinho ACMinho. Como foi divulgado fartamente aqui nesse site (e não fartamente nos demais veículos de comunicação, à exceção da referida CC), foi por pressão de ACM que a Previ investiu uma montanha de dinheiro no Complexo do Sauípe e amargou um prejuízo de cerca de R$ 800 milhões. O assunto veio à tona na CPMI dos Correios, quando os dirigentes da Previ, convocados por ACMinho com o objetivo de detonar o governo Lula, surpreenderam o deputado ao revelar o tráfico de influência ruinoso praticado pelo avô.
A reação dos mandões da Bahia veio ao estilo dos coronéis de antigamente - truculenta e caluniosa. O senador subiu à tribuna e vociferou contra a revista e o governo Lula. Afirmou que a reportagem foi resultado da manipulação de informações promovida pelos "ladrões do PT" e pelo "governo de ladrões" do presidente Lula. "A revista CartaCapital – bradou ACM da tribuna do Senado – vende seu espaço a qualquer pessoa que chegue ao seu balcão, e vende diretamente, através do senhor Mino Carta, que é um homem pouco sério, que tem uma vida difícil, que vive a enganar empresários e a vender-se ao governo."
Porém, quanto a questão central, que a sua interferência causou prejuízo a milhares de trabalhadores contribuintes da Previ, o senador confirmou o teor da reportagem "Qualquer coisa boa para a Bahia eu quero. Mas, se eu fosse da Previ, não faria um contrato tão grande quanto aquele". Em outras palavras: Qualquer coisa boa para a Bahia eu quero. E o resto do país que se dane.
ACMinho também avalizou as aleivosias do avô e acrescentou: "CartaCapital é de propriedade particular de Luiz Gushiken, o ex-chefe da Secom". Ao ser questionado por uma repórter sobre gravidade da acusação, que deveria ser provada, o deputado respondeu, com a arrogância típica dos broncos que desprezam a lei e a democracia, que não precisava provar nada para ninguém.
O deputado petista Emiliano José, da Assembléia baiana, a respondeu aos ACMs. "Pretende-se – disse o deputado em discurso pronunciado terça-feira 7 – que CartaCapital seja uma publicação de canto de esquina. Não, é uma das mais sérias publicações da imprensa brasileira, e nem se diga, em nenhum momento, que tem qualquer contemplação conosco, com o PT ou com o governo Lula, que, quando há razões, são criticados."
As acusações sobre a honra de Mino Carta, vindas de quem vem, são mais um galardão para a carreira brilhante do jornalista, reconhecidamente um dos mais competentes e respeitáveis desse país.
Quanto a ACM e ACMinho, o episódio soma-se a muitos dos que já maculam a biografia política do nefando clã baiano.
Ah sim, acrescente-se ao rol de truculências geradas pelo episódio, a retirada da revista Carta Capital das bancas de Salvador atitude costumeira sempre que alguma reportagem da publicação desagrada a grei do coronel.
Espera-se (sentado) uma atitude firme da Associação Nacional dos Jornais contra mais este atentado à liberdade de imprensa.
E pensar que há quem pretenda que este tipo de gente volte ao poder...brrrrrr.....
Jens
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