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sexta-feira, 31 de março de 2006

O uivo das vivandeiras


As vivandeiras e os vivandeiros estão de volta. Na impossibilidade de acampar em frente aos quartéis e uivar por um golpe militar, como fizeram em 1964, estão reunidos no movimento Da Indignação à Ação, sob os auspícios da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB)

Na quinta-feira promoveram um ato de desagravo ao caseiro Francenildo, o herói sem caráter. Na verdade, os ilustres causídicos estavam pouco interessados no caseiro, o canalha útil da ocasião, e seus possíveis infortúnios. O seu real objetivo era atrair os holofotes da mídia amiga para um ato de oposição ao governo federal, no qual o coordenador, Miguel Reali Júnior, não por acaso ex-ministro da Justiça de FHC, pediu até o impeachment do presidente Lula. O fato de não existirem motivos constitucionais para embasar o pedido não incomodou nem um pouco os participantes do convescote tucano-pefelista.

Nem poderia. Afinal, os integrantes do movimento são o que se chama de "viúvas de 64" (de luto no dia de hoje), agora empenhadas em articular uma versão civil do golpe militar, com a qual pretendem apear do governo o presidente eleito por 55 milhões de brasileiros, sem uma outra justificativa que não seja o seu desejo de voltar ao poder a qualquer preço.

Dói lembrar que à frente da OAB já estiveram homens da estirpe de Raimundo Faoro, incansável combatente contra as injustiças sociais desse país. Hoje a instituição está entregue à sanha golpista de gente como Roberto Busatto e Miguel Reale Júnior. Lamentável.

Decididamente, a OAB já viveu melhores tempos.

Jens

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