Pages

sábado, 25 de fevereiro de 2006

O que faltou dizer


Já foi abordado aqui no blog, em artigos e comentários, a tibieza da bancada do PT no Congresso Nacional quando se trata de defender o governo do presidente Lula dos ataques da oposição. Com exceções como a senadora Ideli Salvatti, é flagrante a falta combatividade da maioria dos parlamentares petistas, que aceitam resignadamente as grosserias dirigidas contra o Presidente da República.

Alguns exemplos das oportunidades perdidas pelos deputados e senadores do PT:

- Quando o senador Arthur Virgílio e o deputado ACM Neto ameaçaram surrar o presidente Lula, faltou um petista irado pedir um aparte e desafiar, na hora, os bravateadores para a briga. Como cachorro que muito late não morde, certamente enfiariam o rabo entre as pernas e moderariam o linguajar. Mas não, a bancada petista ouviu tudo aparvalhada.

- Quando a senadora Heloisa Helena aderiu ao jogo da direita raivosa, vociferando contra o presidente e o PT e arvorando-se única detentora da ética e da moral, igualmente faltou uma voz indignada, para cobrar, no ato, o seu estranho posicionamento contra a moralidade pública, quando votou contra a cassação do senador Luiz Estevão.

- Quando a oposição levantou suspeitas sobre os negócios particulares do filho do presidente Lula, faltou alguém relembrar com a necessária clareza as tramóias do filho de FHC na Feira de Hannover (onde havia dinheiro público envolvido) encobertas pelo pai.


- Quando FHC acusou o PT de falta de ética, faltou alguém questionar como pode ditar regras de comportamento ético e moral um indivíduo não reconhece o filho que teve fora do casamento e envia a amante para um exílio dourado no exterior, para esconder o fruto do pecado.

Está faltando indignação. Está faltando combatividade. Recusando-se a seguir a sabedoria popular – "em Roma faça como os romanos – boa parte dos deputados e senadores petistas parecem sofrer da síndrome do bom-mocismo – querendo deixar patente à opinião pública as suas boas maneiras, recusando-se a responder na mesma medida os golpes baixos desferidos pela oposição. Não é uma boa tática. Quem se curva aos poderosos acaba mostrando o que não deve aos oprimidos. Já que estão no covil que hajam como lobos; bancar o carneiro é pedir para ser devorado.

Está no Velho Testamento: olho por olho, dente por dente. É um bom conselho, nesses tempos de guerra.

Jens

0 Comentários:

Postar um comentário


Meus queridos e minhas queridas leitoras

Não publicamos comentários anônimos

Obrigada pela colaboração