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quarta-feira, 22 de fevereiro de 2006

A nossa mídia de cada dia


Saudações caro leitor,

A convite de minha amiga Helena, dona deste blog, a partir de hoje vou contribuir com algumas observações sobre a quantas anda a mídia. Espero oferecer uma via alternativa no entendimento dos fatos políticos, sociais e econômicos de nosso país.



Faz um bom tempo que percebo um vasto horizonte de dúvida em tudo o que se absorve via rádio, tv, jornais, revistas ou pela internet. Por exemplo: Dois jornais sabidamente pertencentes à mesma empresa podem muitas vezes anunciar versões completamente diversas para um mesmo fato. Os jornais Valor Econômico (consórcio entra Folha de São Paulo e a Rede Globo) e O Globo pertencem a Rede Globo e são um bom exemplo disso que eu estou falando.

Certa vez na coluna Panorama Econômico do jornal O Globo a colunista Miriam Leitão fazia duras críticas em relação à Petrobrás, por esta empresa estatal adotar uma política de estoque de reservas de petróleo. Ela alertava que isto se tratava de no mínimo uma atitude suspeita e que seguia uma cartilha nos moldes da Rússia comunista.

Ora, e que tipo de política ela pensa que os Estados Unidos praticam? Exatamente essa, a de estocar petróleo. Inclusive é o nível dos estoques norte-americanos que muitas vezes dita o preço do mercado mundial do barril de petróleo. Seriam os norte-americanos comunistas? Seria o presidente George Bush comunista? É claro que não.

E o Valor Econômico? O que dizia o Valor Econômico na mesma ocasião? Elogiava a guinada administrativa da empresa, valorizava a iniciativa de aumentar os estoques pois isso melhorava a independência brasileira já que seria mais um passo para garantir a auto-suficiência, por acréscimo aumentava o patrimônio e por aí vai.

Ou seja, a mesma empresa, dois jornais. Cada um criado para um tipo específico de público. Um deles foi projetado para informar a classe média, o outro para informar a classe empresarial. Dois pesos e duas medidas.

Quando não temos a oportunidade de poder comparar assim de forma tão direta duas mídias como o mesmo DNA, algumas questões costumam surgir sem hesitação: Será que a mídia é burra? Será que falta coerência e inteligência na formação do comunicador? Será que o jornalismo sofre de uma brutal paralisia mental?

Quisera eu que a Folha de São Paulo, o jornal O Globo, o Jornal do Brasil e a mídia como um todo, fossem mesmo dotadas de paralisia mental.

Iríamos com maior velocidade se assim fosse.

Mas não. Ao contrário, eles são espertíssimos e ultra-engenhosos.


Um abraço a todos e saudações socialistas!

André Furtado

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