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terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Campanha de prevenção da AIDS: governo não é para ser homem-bomba de vanguardismos




Vejo no Viomundo críticas sobre a campanha do Ministério da Saúde para prevenção da AIDS para o Carnaval 2012.

O blog diz "O obscurantismo vence a saúde pública", porque apenas um anúncio de caráter informativo, sem ousadia, vai ao ar na TV aberta (acima).

Só dá para concordar que a propaganda poderia ser melhor, mais criativa. Fora isso, a propaganda governamental na TV aberta, neste assunto, deve ser mais informativa mesmo.

Da mesma forma que o governo não faz propaganda institucional recomendando retiro espiritual no carnaval, não é necessário fazer propagandas consideradas agressivas que soariam como recomendação a determinadas comportamentos nos costumes, ditos liberais.

A TV aberta tem todo tipo de público, com variados valores, e tem audiência infantil também. O governo é de todos.

Se o Estado deve ser laico, também não deve se meter a doutrinar nem para um lado nem para outro, nos mais diversos costumes sociais familiares e individuais vigentes.

Da mesma forma que cada cidadão pode escolher sua religião, também pode escolher que comportamento de vida deseja seguir, sem que para isso seja necessário impor aos outros, e muito menos sob dirigismo estatal.

A função da campanha do Ministério da Saúde é evitar o contágio através de doenças sexualmente transmissíveis, e não doutrinar comportamentos.

Governo não é homem-bomba

Críticas como estas, apesar de ter fundo bem-intencionado visando combater preconceitos e intolerância, acabam por ser contra-producentes, por desviarem o foco da questão.

A evolução dos costumes acontece na sociedade ao longo do tempo, desde o modo de vestir até as formas de relacionamento, e é na sociedade que se deve travar estes debates, quando há.

Não cabe a determinados grupos em conflito nos valores, quererem usar governo como bucha de canhão e instrumento de vanguardismos para quebrar tabus.

Para citar um exemplo, se até a TV Globo diz que o público ainda não está preparado para aceitar o beijo gay em novela (a Record, então nem se fala), não cabe a uma propaganda institucional do governo (que é de todos) romper esses tabus.

Metaforicamente, é como querer fazer um ministro ou presidenta de homem-bomba, para explodir o grupo antagônico (e se explodir junto), em vez debater diretamente com o outro lado no seio da sociedade.

Em tempo: No canal do Ministério da Saúde, no Youtube, tem diversos outros vídeos disponíveis para redes sociais.

8 Comentários:

Marcel Costi disse...

Não sei nem por onde começar a comentar! Vocês estão mesmo citando a GLOBO como padrão de comportamento para o Governo ou eu entendi errado? Que mudança de comportamento para este site, não?

A quem tiver escrito esse texto, favor rever seus conceitos e comparações. Religião se escolhe, ORIENTAÇÃO sexual NÃO.

Uma propaganda governamental dirigida ao público homossexual para conscientização do sexo seguro não é "doutrinação", para usar a expressão do texto, e sim questão de SAÚDE PÚBLICA. O número de jovens homossexuais infectados com HIV subiu 10% na última década, e isso representa CUSTOS aos cofres públicos na área da saúde e previdência social.

Infelizmente, a verdade é que a presidenta, em quem votei, se curva aos interesses das bancadas evangélicas e, com isso, deixa de prestar um grande serviço aos homossexuais que tanto a apoiaram. A triste constatação disso tudo é que caminhamos a passos largos para uma teocracia, com o aval de nossa presidenta.

DODGE disse...

E a CPI da Privataria Tucana, sai ou não sai? O PT vai fazer esse papel ridículo? Ou tem algo a esconder?

DODGE disse...

E a CPI da Privataria Tucana, sai ou não sai? O PT vai fazer esse papel ridículo? Ou é por que tem algo a esconder?

Raphael Tsavkko Garcia disse...

Católicos, crentes e cia são cotnra camisinho. Então pra que capanha pelo uso? "Se o Estado deve ser laico, também não deve se meter a doutrinar nem para um lado nem para outro, nos mais diversos costumes sociais familiares e individuais vigentes.". Não é mesmo?

Willian disse...

Se enfrentar a AIDS de modo criativo, focando grupos vulneráveis mesmo em desagrado a fundamentalistas religiosos é vanguardismo, o Lula foi de vanguarda, pois as campanhas de anos antecedentes abordavam casais homossexuais. Se formos nos limitar a 2012, o Governo do Distrito Federal (PT) acabou de lançar uma campanha estadual com um casal homossexual. Será que o Lula e o Governo do DF agrediram "os bons costumes", "incentivaram comportamentos" ou colocaram a saúde pública como prioridade? O texto que acabo de ler caberia em um site de extrema-direta sem nenhum corte. Considero alarmante ler em um blog aparentemente de esquerda que inserir um casal homossexual em uma campanha preventiva é "incentivar comportamento" (será que consideram a homossexualidade um comportamento?). Para que a direita com uma esquerda dessas.

Flávio Furtado de Farias disse...

Fiz uma postagem em repúdia a postura deste blog.

http://partidodaimprensagolpista.wordpress.com/2012/02/15/repudio-a-amigos-do-presidente-lula/

Julian disse...

Que ridículo. Exemplo de governismo tosco. SOu do PT e estou absurdado com a influência do fundamentalismo. Não se trata de grupos em conflito. Se trata de defender DIREITOS HUMANOS, se trata de promover o combate à homofobia. Aqui, o debate é sobre a LAICIDADE do Estado, sobre a construção de políticas que combatam o racismo, a homofobia e o machismo. O governo LUla, lançou o Brasil sem Homofobia, fez dezenas de medidas pro-LGBT. Dilma parece que se acovardou e fez acordo com os fundamentalistas cristãos. Isso atrasa o debate sobre direitos das mulheres assim como os direitos LGBT. NÃO TEM NADA DE VANGUARDISTA. O Ministério da Saúde ja fez campanha muito mais ousada, mesmo em outros governos.

Julian Rodrigues

Anônimo disse...

Os vídeos não tem nada de 'vanguardismo', apenas e simplesmente contém uma linguagem e conteúdo contemporâneos ao mundo real em que vivemos.Por esse simples, mas fundamental (eta palavrinha que dá calafrios) motivo, falaria mais ao público jovem.

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