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quarta-feira, 9 de março de 2011

Corrupção e superfaturamento na Assembleia do Paraná

Caixas de refrigerantes compradas a um custo até 100% maior do que nos mercados. Compra de computadores ao primeiro sinal de defeito das máquinas antigas.Irregularidades como essas ocorriam até o último ano na Assembleia Legislativa do Paraná, segundo levantamento da nova direção.

A Assembleia foi o foco de escândalo em 2010, quando foram reveladas nomeações feitas por "diários secretos".O então diretor, Abib Miguel, ficou cinco meses preso e responde na Justiça a acusação de liderar o esquema. Seu advogado, Eurolino dos Reis, disse que Valdir Rossoni (PSDB), atual presidente, deve provar as acusações.

Cerca de R$ 100 milhões foram desviados por meio da contratação de funcionários-fantasmas entre 1994 e 2010, diz o Ministério Público.A nova direção da Casa, empossada em fevereiro, fez um levantamento de gastos. Foi constatado que 14 dos 35 contratos de prestação de serviço estavam vencidos, mas ainda eram pagos.

A lata de refrigerante, por exemplo, era adquirida a R$ 1,85, mas custava R$ 1 para o consumidor comum, apontou o relatório. O orçamento anual para gastos com água, refrigerante e suco era de R$ 80 mil para cada tipo, mas ainda não se sabe o quanto foi gasto com essas bebidas.

Um relatório parcial sobre bens apontou que a regra era comprar um computador assim que o atual desse defeito.Na folha de pagamento, cerca de R$ 3,6 milhões começaram a ser economizados a partir deste mês com a demissão de 360 pessoas com cargos comissionados.

A mudança também mexeu no bolso dos deputados, que estão proibidos de ter despesas com diárias dentro do Estado. Dados oficiais apontam economia de R$ 315 mil no quesito em fevereiro.Servidores relataram à nova direção práticas de seguranças que haviam sido contratados sem concurso e foram demitidos em fevereiro.

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