Serra mil caras no Jornal Nacional fala que não sabia, e que não disse o que disse

Geralmente não assisto o Jornal Nacional, mas vejo o que eles estão aprontando pelo site na internet, e assim fiz o sacrifício de assistir a entrevista do Zé Baixaria.

Bem que o casal 45 do JN levantou a bola para José Serra cortar. Mesmo perguntas que poderiam parecer constrangedoras, não passaram de levantar a bola para Serra passar a versão dele. Mesmo assim ele conseguiu ir mal em pelo menos duas perguntas:

Sobre Paulo Preto, ele não convence ninguém que dinheiro de empreiteira que construiu o Rodoanel, sumindo de caixa-2 de campanha, não tem origem no dinheiro público. É um argumento muito ruim. Reforça a imagem de político mentiroso.

Sobre a contratação da filha de Paulo Preto para o Palácio dos Bandeirantes, Serra novamente passou a clara impressão de estar mentindo. Primeiro disse que só ficou sabendo muito tempo depois, em seguida caiu em contradição ao defender o currículo dela, o conhecimento dos idiomas, como se a conhecesse, e tivesse a par da contratação. Mas o pior foi não responder sobre nepotismo. Serra vive falando que no governo dele não contrata amigos e parentes. Se sabia, está mentindo, se não sabia não tem controle, e não serve para cumprir o discurso que prega. E pior, se é contra, então porque não exonerou, quando ficou sabendo? É mais uma das mil caras de Serra.

Questionado sobre o "coice" que deu em Marina Silva num dos debate, disse que não disse o que todo mundo que assistiu o debate viu. Segundo o demo-tucano, o coice dele foi com sentido "carinhoso", agora que ele está querendo voto do eleitor de Marina. Serra mostrou outras duas de suas mil caras.

O casal 45 falou sobre o aborto e religião na campanha, mas só para dar oportunidade de Serra falar mal de Dilma. Perguntar o que qualquer jornalista de verdade perguntaria, nem pensar:
1) sobre o relato de ex-alunas que ouviram a esposa dele, Mônica Serra, contar que fez um aborto.
2) Sobre o envolvimento da campanha dele na distribuição de panfletos anti-Dilma, com a gráfica sendo da irmã de seu coordenador de campanha.