O ex-governador gaúcho Alceu Collares (PDT) em entrevista ao Terra Magazine defendeu a prioridade da eleição de Dilma sobre a própria eleição estadual para manter o "lulismo". Os principais trechos da entrevista:
Terra Magazine perguntou: Nas reuniões partidárias o senhor defende que a prioridade para o PDT deve ser a eleição de Dilma Rousseff (PT) para a presidência, acima da eleição estadual, na qual o PDT indicou o vice, o deputado Pompeo de Mattos, na chapa de Fogaça. Por que priorizar Dilma?
Collares: Porque é o mais importante. Eu defendo o lulismo, que está acima do Lula e da Dilma, é um movimento de transformação política, econômica e social. Se o José Serra (PSDB) vencer, vai repetir o Fernando Henrique Cardoso. Eles eram de esquerda, mas foram para um partido de direita. Aliás, ainda temos uma questão para discutir aqui no Rio Grande do Sul, que é se o Fogaça vai ou não apoiar a Dilma. Porque, se não houver esse acerto, não sei qual vai ser a reação do PDT. Nosso partido integra o governo federal e a prioridade para o PDT nacional é a Dilma. Já aqui somos vice, vice com o Fogaça. Agora eu sugiro que se faça uma charge perguntando onde é que está a obra do Fogaça.
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Terra Magazine: O PDT está dividido entre Fogaça e Tarso, apesar da definição da aliança com o PMDB?
Collares: O movimento dos que preferem o Tarso é forte.
Terra Magazine: A que o senhor atribui esse movimento?
Collares: Acho que é a tese que eu defendo. Ou é esquerda ou é direita. E quem vai com Yeda, com Fogaça, é direita.
Voto em Paim para o Senado
Ele também afirmou que seu candidato é o petista Paulo Paim, concorrendo à reeleição, apesar de, no Rio Grande do Sul, o PDT estar coligado com o PMDB na disputa ao governo do Estado e de a aliança ter em Tarso Genro (PT) o principal adversário. Collares integra uma ação de apoio à candidatura de Paim feita pelo Movimento Negro.
Sinônimo de história entre os trabalhistas gaúchos, Collares, ao revelar sua opção, reacende a discussão sobre a união do PDT em torno da aliança com o PMDB no Estado. O comando partidário assegura que há unidade, apesar de prefeitos do PDT já terem manifestado de público sua preferência pelo PT.
Negro em um Estado onde predomina a colonização europeia, Collares foi o primeiro prefeito eleito após a redemocratização em Porto Alegre, em 1986. Nas eleições de 1990 elegeu-se governador.
Quando Collares foi prefeito da capital, Dilma, uma das fundadoras do PDT gaúcho, foi sua secretária da Fazenda. E, quando ele passou pelo Palácio Piratini, a candidata, ainda no partido, ocupou a pasta de Minas e Energia. Leia a entrevista inteira no Terra Magazine.
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2 Comentários:
O PT do Rio Grande do Sul deve uma desculpa formal ao ex-governador Alceu Collares em função de uma CPI mal direcionada anos atrás. Esta investigação legislativa é um dos motivos da antipatia PDT/PT no RS! Lula remediou um pouco, mas falta o pessoal do sul também reconhecer o erro!
Collares foi bastante judiado!
Concordo com o Luiz, em outra época o PT bateu muito no "negão" (de forma carinhosa) Collares.
Ele é um poucos do PDT gaúcho que mantém uma visão de esquerda e uma visão progressista para o Brasil e o RS.
O Collares vai enquadrar o PDT pró-PMDB e o Fogaça. Ou vcs são de esquerda ou são da Yeda.
Parabéns ao ex-governador.
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