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segunda-feira, 1 de março de 2010

Porque Dilma tem menos votos entre as mulheres?

Na última pesquisa do Datafolha, um fenômeno se repetiu, que já aparecia em pesquisas anteriores: Dilma aparece com intenção de votos consideravelmente maior entre os homens (32%) do que entre as mulheres (24%), bem acima da margem de erro.


Essa diferença tem sido alardeada como uma suposta resistência feminina à candidatura de Dilma, mas olhando a pesquisa sobre rejeição, essa tese não se comprova. Dilma tem equilíbrio de exatos 23% de pesquisados que dizem que não votariam nela, praticamente empatado com os 21% de rejeição a Serra no público feminino, e muito abaixo dos 30% de Serra no público masculino:



Os demo-tucanos alardeam uma suposta superioridade de Serra no eleitorado feminino. Mas uma análise mais detalhada, mostra que nem esta vantagem o candidato demo-tucano dispõe de fato.

Essa diferença nas intenções de votos femininos não é repassada para outros candidatos. Serra tem a mesma intenção de votos entre homens (32%) e mulheres (33%), assim como Ciro e Marina. Então não existe uma migração de votos femininos de Dilma para outros candidatos.

A diferença significativa está nas respostas "Não Sabe": 7% dos homens dizem não saber ainda em quem irão votar, enquanto as mulheres são 13%. Estes números são da pesquisa estimulada, onde o pesquisador mostra um círculo com os nomes dos candidatos. Os demo-tucanos ainda podem alegar que aqueles que respondem "não sabe", serão distribuídos entre todos os candidatos, e não serão votos concentrados em Dilma, o que pode ser verdade.

Mas a coisa fica mais interessante quando analisamos a pesquisa espontânea (onde o pesquisado apenas é perguntado em quem deseja votar, sem mostrar o nome de nenhum candidato):


Na espontânea, o mesmo fenômeno que ocorre com Dilma, acontece com Serra: 10% dos homens dizem votar nele contra apenas 4% de mulheres.

A explicação parece ser que, há 8 meses das eleições, há mais homens já decididos em quem votar do que mulheres.

67% das mulheres responderam não saber ainda em quem votar, quando nenhum nome é apresentado à elas, contra um percentual bem menor de homens (49%).

Voltando a pesquisa estimulada outra coisa chama atenção: No cenário em que o leitor é induzido a escolher entre Dilma, Aécio e Marina, o substituto demo-tucano também aparece com muito menos votos no eleitorado feminino, assim como Dilma. E 19% das mulheres respondem não saber em quem irão votar.


Portanto, o problema não é com Dilma, já que o fenômeno se repete com Aécio, menos conhecido nacionalmente do que Serra.

Daí se conclui que, os 33% de votos femininos que a pesquisa induzida dá a Serra, tem "gordura" do efeito "recall" das outras eleições, onde Serra já foi candidato e é mais conhecido.

Na pesquisa espontânea, 67% das mulheres dizem não saber em quem votar. Quando induzidas "chutam" Serra, o primeiro nome mais conhecido de muitas delas.

Os números de Dilma são mais consistentes, porque são coerentes com a proporcionalidade das eleitoras que dizem não saber em quem votar.

Por isso, as próximas pesquisas, gradualmente, devem registrar crescimento de Dilma no eleitorado feminino, a medida que as eleitoras se inteirarem mais do processo eleitoral, conhecerem melhor Dilma, e pararem de simplesmente "chutar" o nome mais conhecido de Serra.

7 Comentários:

sonia santana disse...

Mulheres costumam ser muito preconceituosas com outras mulheres !
Sempre ouço absurdos: ou não gostam do "jeito" ou no gostam do figurino, ou não gostam de nada !
Dilma vai ter que trabalhar bastante o universo feminino, usar o seu lado avó, mãe, pra convencer a mulherada !!
Não são muitas mulheres, como eu, que vão viotar nela justamente pelo seu passado guerrilheiro e corajoso !! Votarei porque quero uma uma mulher forte , durona,no comando do pais !
A Presidencia não é lugar para patricinha, nem frouxo, que foge ao 1º grito....

Tiago Silva disse...

Analise muito boa.
Foi usado logica cientifica neste artigo.
Estao de parabens

alex disse...

ZÉ .. VC LEU?

01/03/2010 - 09:04

Cadê os votos do Lula

Por weden
Blog do Nassif

Como assim?

Segundo a espontânea do Datafolha, metade dos eleitores de Lula agora estão indecisos.

Na pesquisa espontânea do Datafolha, aumentou o número de indecisos (de 47 para 58%). Mas só aumentou significativamente no lado do PT/Lula.

Um dado estranho, muito estranho, estava passando despercebido, e foi o blog do Brizola Neto que chamou a atenção para isso.

Na última pesquisa espontânea, Lula, que tinha 20%, perde 10 pontos percentuais. E a oção “candidato do Lula/PT” perde dois pontos percentuais.

Neste segundo caso se explica, visto que da penúltima pesquisa até agora, Dilma amealhou dois pontos. Mesmo assim é difícil acreditar que dois outros pontos foram simplesmente “perdidos”.

Tem algo errado: Lula sempre foi citado na espontânea como aquele em que se votaria na ordem de 20% ao menos. Agora é citado na ordem de dez e “empata” com Dilma. Mas para onde foram os votos de Lula?

O Datafolha diz que foram aumentar a margem de indecisos. Mas o mesmo Datafolha que Lula aumenta sua aprovação, e o Ibope antes revelara que 63% dos eleitores queriam a continuidade.

O Datafolha pode tentar explicar que “à medida que avança o ano, os eleitores descobrem que Lula não será candidato”. Ok. Mas esta transferência para a indecisão deve ser mais bem explicada.

Deixo aqui algumas questões a serem respondidas pelos analistas.

1. Como aumentou tanto o número de indecisos em dois meses e à medida que avança as eleições – quando naturalmente os candidatos seriam mais conhecidos.

2. Como pode aumentar o número de indecisos na espontânea se não aumentou tanto assim na estimulada?

3. Como aumentou o número de indecisos nesta ordem se a opção brancos/nulos ficou inalterada?

4. Como aumentou o número de indecisos saídos das fileiras de Lula e “candidato de Lula” sem que isso ocorresse no lado de Serra, quando sabe-se que o governador está em declínio, inclusive com aumento de rejeição?

Se alguém souber me responder, por favor.

Porque eu mesmo não consigo.

ana disse...

Invejá???!!!!!!!!!!!!

Anônimo disse...

A despolitização é maior entre as mulheres e muitas sofrem de baixa estima o que as leva a ter preconceito contra ´seu p´roprio genero. É preciso fazer um bom trabalho de conscientização entre elas. Eu converso muito com as camelôs, empregadas domésticas, trabalhadoras no comércio em geral e vejo que há, principalmente, um grande desconhecimento sobre a nossa candidata. Espero que isso se reverta com o início da campanha, mas nós já temos que fazer a nossa parte.

Alexandre Campbell disse...

Correta a análise, acrescentaria ainda um ponto: o desempenho de Lula é melhor entre os homens. Basta ver os tópicos sobre aprovação de Lula, apoio, etc.

Anônimo disse...

Acho que assim como foi a vez de um negro ser presidente dos Estados Unidos agora é a vez de uma mulher ser presidenta do Brasil. Infelizmente devido ao machismo do homem e da mulher brasileira tudo vai ser mais difícel. Tem ainda de quebra o fato da Dilma ter sido guerrilheira ao meu ver um ponto a favor dela, mas a cultura brasileira nos leva a ficar sempre do lado do "brazileiro bonzinho". A Dilma tem que ser também bem sábia na questão do "aborto", "pena de morte", "liberdade sexual", porque estes temas sempre são usados como armadilhas pela oposição. No mais acredito que o fato dela ter sido uma ministra vitoriosa na casa civil diz tudo a respeito da sua competência e qualificação para se candidatar à presidência da repúlica. Temos que levar em conta ainda o fracasso político do DEM e dos governos Serra e Kassab em São Paulo. O melhor caminho ao meu ver é ignorarmos a grande mídia e buscar informações mais segura na internet. Se o quadro continuar com Dilma e Serra na disputa meu voto já está decidido, votarei na Dilma. Quanto a esta história de transferência dos votos de Lulas temos que mudar o foco. Dilma já provou que tem capacidade e é isto que temos que passar adiante. Quincas. Alfenas/MG

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