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domingo, 21 de março de 2010

Corrupção da imprensa: Segundo Requião, Dono da revista Veja comprou apartamento muito abaixo do custo

Na época em que trabalhadores precisavam se organizar em cooperativas para adquirir um imóvel rateando o preço de custo da construção, com todas as dificuldades, o dono da revista Veja, Roberto Civita, comprou um apartamento de 1.000 quadrados, de alto luxo muito abaixo do preço de custo, segundo denúncia do então Senador Roberto Requião (PMDB/PR) na tribuna do Senado, em 24 de setembro de 1999.

Eis o trecho do pronunciamento, nas palavras de Requião:

"... Mas tem o Capo di tutti i-capi*, o Al Capone do grupo empresarial. O indivíduo que tem a coragem de detratar pessoas sérias em edições safadas de uma revista que ele diz ter um milhão de exemplares.

É o Sr. Robert. Sim, o nome da peça é Robert Civita.

Trago ao Plenário do Senado Federal uma denúncia minha, pessoal, à Receita Federal a respeito do Sr. Robert Civita. Uma denúncia que mostra com clareza que ele está a sonegar e a fazer compras subfaturadas evidentemente com dinheiro mal-havido.

O Sr. Robert Civita comprou, há algum tempo, o apartamento nº 11, localizado no 11º do Edifício Fábio Prado, à Rua Escócia, nº 253, em São Paulo, capital, com área de quase mil metros quadrados, exatamente 993,34m² , num terreno de mais de quatro mil metros, e escriturou este imóvel pelo singelo preço, reduzido em dólares, na ocasião, de US$390 mil; preço em Cruzeiros, na época, de Cr$97.600 milhões.

Ora, Sr. Presidente, naquela ocasião, esses apartamentos estavam sendo vendidos pela quantia de US$2.500 milhões. O Sr. Civita o escriturou por cerca de US$390 mil na ocasião. É evidente que há um subfaturamento, é evidente que há um pagamento por fora e é evidente que há sinais externos extraordinariamente claros para o Dr. Everardo Maciel, da Receita Federal, de sonegação, enriquecimento ilícito, fraude, roubo de dinheiro público através do impedimento da tributação.

O apartamento localiza-se no 11º andar, mas no 14º pavimento do Edifício Fábio Prado, em São Paulo. Além de o apartamento, na época, estar sendo vendido a US$2.500 milhões, mesmo na planta, durante a construção, jamais se vendeu um apartamento no Edifício Fábio Prado por menos de US$1.800 milhão.

Então, quero, através da tribuna do Senado, informar à opinião pública do Brasil de mais esta façanha do gângster da revista Veja."

6 Comentários:

Adir disse...

Agora seria bom abrir mais duas CPIs, essa do apartamento e outra do prédio na marginal Pinheiros que pertence ao fundo de pensão PREVI.

Anônimo disse...

Já ouviu falar que em cachorro morto não se bate.
Este Roberto já morreu em não enterraram. Deixa o homem sonegar a vontade, um dia ele cai na malha fina.

Jorge disse...

Amigos: olhem as páginas da revista Instoé, desculpe-me, "istoé" (saudades somente da época do Mino...) no mes de julho do ano da eleição do EFEAGACÊ e verão que ele vendeu um imóvel rural pelo mesmo sistema de sonegação.
Eu era assianante da revista e pedi mais detalhes, e o assunto foi abafado. Até hoje, 22-03-2010 não obtive nenhuma resposta. Mas continuo esperando....
O curioso é que a revista apresentou mesmo cópia da certidão do cartório do registro de imóveis...

Jorge disse...

Essa aqui é muito interessante MESMO!

História da fazenda de FHC
Por Errico Sabaté 31/03/2002 às 10:31

Ocupada, na semana passada, por trabalhadores rurais sem terra, a Fazenda Córrego da Ponte, atualmente registrada nos nomes dos filhos do presidente da República, tem uma história que precisa ser conhecida.

Fazenda Caixa Dois

Hamilton Octavio de Souza

Ocupada, na semana passada, por trabalhadores rurais sem terra, a Fazenda Córrego da Ponte, atualmente registrada nos nomes dos filhos do presidente da República, tem uma história que precisa ser conhecida.

Na campanha eleitoral de 1985, até umas duas semanas antes da eleição o candidato Fernando Henrique Cardoso estava disparado ? nas pesquisas ? à frente de seu adversário mais direto, Jânio Quadros, que acabou levando a Prefeitura de São Paulo.

Mas, de qualquer maneira, a campanha de FHC recebeu uma excelente injeção de dinheiro do empresariado paulistano, certo de que se estava apostando no cavalo vencedor. Ele perdeu a eleição, mas terminou a campanha com boa grana em caixa ? no caixa dois, é claro, coordenado pelo amigo inseparável Sérgio Motta.

No ano seguinte, em 1986, nova campanha eleitoral. FHC concorreu e ganhou uma das duas vagas para o Senado, com bem menos votos que o senador Mário Covas. Mas, de novo, FHC teve uma campanha abastada e com boa contribuição do empresariado paulista. Mais uma vez, o mala preta foi o Sérgio Motta.

Dois ou três anos depois surgiram as primeiras notícias de que FHC e Sérgio Motta haviam se tornado proprietários de uma fazenda no noroeste de Minas Gerais. FHC, na época, tinha remuneração de senador e de professor aposentado da USP.

No início dos anos 90, a revista ?Isto É? publicou uma matéria sobre a tal fazenda de sociedade de FHC e Sérgio Motta, na qual se afirmava que o contrato de compra e venda havia sido subfaturado (colocado em preço inferior ao da negociação e do mercado) para justificar a situação de renda do professor e senador Fernando Henrique Cardoso. Essa matéria não foi desmentida e também não provocou qualquer investigação do Ministério Público ou da Receita Federal.

A matéria apenas reforçou a versão corrente nos meios políticos de que a fazenda havia sido comprada com as sobras das campanhas eleitorais de 85 e 86, administradas pelo amigo e sócio Sérgio Motta. Ou seja, a grana do caixa dois deveria ter sido contabilizada no caixa geral do PMDB partido de FHC na época das eleições, mas acabou virando propriedade privada.

Com a morte de Sérgio Motta, o presidente FHC fez acerto com a viúva Wilma Motta e acabou ficando com a parte do ex-mala preta Sérgio Motta na fazenda. Logo em seguida, o presidente passou a fazenda para os nomes do filhos, embora seja de sua propriedade, pois é ele quem usa e manda no pedaço.

A imprensa chapa branca, naturalmente, incorporou essa operação toda sem maiores questionamentos. Tanto é que trata da fazenda como sendo dos filhos do presidente e nem questiona porque ela deveria ter proteção especial com status presidencial. E jamais foi atrás investigar como a fazenda foi adquirida.

O acerto com a viúva Motta envolve também imóveis em Paris, mas isso é outra história. O que precisa ficar claro é que a fazenda ocupada pelos trabalhadores sem terra é apenas um bem simbólico ? a fazenda do presidente ? que foi obtido de forma ilícita, como tantas fazendas apropriadas pelas elites espertinhas do País. Na verdade, a propriedade deveria ser chamada mais adequadamente de Fazenda Caixa Dois, em homenagem à sua origem.

***

Hamilton Octavio de Souza é jornalista e professor de Jornalismo da PUC-SP.

FONTE: http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2002/03/21540.shtml

Nivaldo disse...

Gostaria de ver comentado no blog a manchete de ontem e de hoje de O Globo. Veja o que diz o deputado Brizola Neto:
O Globo e os números do PAC
segunda-feira, 22 março, 2010 às 9:20

Um leitor me cobra um posicionamento sobre a matéria de ontem de O Globo – com continuação hoje – sobre um suposto “rombo” do PAC. Trato do assunto por consideração ao leitor, porque está evidente para todos que o jornal perdeu completamente qualquer compromisso com a apuração e, sobretudo, a correta dos fatos e tornou-se, apesar dos bons profissionais que tem – uma ferramenta de campanha eleitoral da oposição a Lula. Portanto, à medida em que se aproximam as eleições, levo cada vez mais em conta uma antiga observação de Leonel Brizola: tudo o que O Globo publica é, em princípio, falso ou manipulado. E a maior prova disso e que o “escândalo” de um rombo de R$ 35 bilhões não repercutiu nem nos outros jornais, que não exatamente morrem de amores por Lula.

A matéria de ontem, como a de hoje, é um completo disparate. Botaram a repórter para trabalhar no que não valia 30 linhas. Logo na primeira frase da chamada de primeira página, o texto trai a manipulação: “O Governo Lula deixará para o sucessor uma conta de R$ 35,2 bilhões referente a obras do PAC, contratadas entre 2007 e 2010, mas que não serão executadas nem pagas na atual gestão”.

Ora, se as obras não foram executadas não poderiam ter sido pagas. E, se não foram executadas, não há conta alguma, é obvio.

Zé Ribeiro Jr. disse...

O mal do Requião é que ele não finaliza nada. Faz essas denúncias graves, que dão em nada. Das duas uma: ou é frouxo mesmo, ou aplica o golpe do ex-deputado Alborgueti, que ameaçava denunciar para ganhar mai$ audiência no programa $eguinte, se me entendem!

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