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sexta-feira, 24 de julho de 2009

A saída honrosa, ainda possível (???), dos Senadores do PT

Atualização em 24/07/2009 às 14:30hs:

Essa nota subiu, e o título mudou para ... ainda possível (???) ... acrescentando os pontos de interrogação.

A bancada do PT no Senado emitiu nota inútil (útil para a oposição e para a mídia produzir crises) e fora de hora, pois está em recesso, assinada pelo líder Aloísio Mercadante (PT/SP):

"A bancada reafirma a sua posição de que o melhor caminho seria o pedido de licença da presidência da Casa por parte do senador José Sarney..."

A nota, em nosso entendimento significa uma rendição incondicional à oposição.

Nenhuma condição em contraponto à pauta da oposição foi proposta. Nada de exigir renúncia de toda a mesa do Senado. A renúncia do vice-presidente Marconi Perillo sequer foi abordada na nota, como condição para recompor forças na mesa do Senado.

Simplesmente renderam-se, incondicionalmente, à liderança da oposição no Senado.

O que leva os senadores saírem do recesso, em uma sexta-feira, para fazer uma nota insossa, que só é útil para a oposição tomar o poder no Senado, e para dar assunto e argumento na imprensa para atacarem o presidente Lula querendo colar a imagem à Sarney, quando apenas defende a governabilidade? Será medo das revistas do fim de senama que irão sair?

Os senadores, antes de dar ouvidos apenas às chantagens da mídia, deveriam perguntar às suas consciências:

Quem vai carregar bandeiras de candidatos ao senado do PT em 2010, se eles não carregam as bandeiras dos eleitores depois de eleitos?

Os senadores do PT tem o dever e a missão de garantir no Senado a execução dos programas de governo prometidos na campanha eleitoral ao eleitor. Tem o dever de defender o pré-sal do neoliberalismo lesa-pátria dos demo-tucanos.

Caso não tenha uma alternativa respeitável, no final das contas, todos nós vamos votar no menos pior, porque ninguém aceitará votar em um demo-tucano, mas que faltará militância na hora da campanha, isso faltará. E será muito grande a tentação de votar em alguém, mesmo que seja de centro, porém mais comprometido com um projeto nacional, e não em gente submissa à um falso moralismo seletivo da mídia.

Segue o texto original, já publicado mais cedo:


Ontem o senador Eduardo Suplicy (PT/SP) voltou a defender o licenciamento de Sarney. O presidente do Senado já disse que não se licencia. Ou fica ou renuncia.

Os senadores do PT se aprisionaram no enredo da mídia.

Desde o começo deveriam deixar claro à oposição e à "opinião pública" (da mídia) que o posto da presidência do Senado é da base governista, é inegociável, com Sarney ou sem Sarney, e é dever do partido defender o posto para a base governista tal qual um soldado defende o território de seu país, gostando ou não gostando.

Deveriam ter defendido a tese de que, se é para afastar Sarney, que seja feita nova eleição para toda a mesa diretora do Senado, em uma data a ser negociada.

Os problemas dos familiares de Sarney são da alçada do Ministério Público e da Polícia Federal, como já estão sendo tratados, e não do Senado.

Os problemas éticos do Senado, o lugar certo para discutir é o conselho de ética, e não o plenário. Lá acusa quem quer, e o acusado se defende. No planário deve-se discutir problemas nacionais.

Como pau que bate em Chico também bate em Francisco, quem denuncia hoje ao conselho de ética, acaba sendo o denunciado de amanhã. Se todos lavarem a roupa suja, quem ganha é o povo. Se todos "amarelarem", na atual conjuntura, quem ganha também é povo, pois não verá a oposição impedindo o governo Lula de trabalhar, e o próprio povo pode expulsá-los do Senado por conta própria em 2010, no voto popular.

A rendição incondicional à oposição é o maior erro político que os senadores do PT poderão cometer em suas vidas. Não conquistarão votos de conservadores, e perderão o respeito de suas bases, quando virarem saco de pancada da oposição e da mídia.

Os senadores do PT podem fugir desse enredo demo-tucano, em que foram aprisionados.

Basta impor uma condição à oposição:

Só admitir retirar apoio à Sarney se, e somente se, Marconi Perillo (PSDB/GO) renunciar à vice-presidência do Senado.

Neste caso, quem assume a presidência é a 2º Vice-Presidente, Serys Slhessarenko (PT/MS), também da base governista.

É óbvio que a oposição não vai aceitar. O alvo da oposição nunca foi Sarney, é Lula e é o próprio PT. Para a oposição, ruim com Sarney, pior com uma petista na presidência do Senado.

É obvio que o PMDB só concordará com isso caso Sarney desista por avaliação própria, e o PMDB já defina quem seja seu sucessor. Sendo a maior bancada do Senado, o PMDB não aceitará que a presidência da casa fique nas mãos do PT, que lhe negou apoio.

Mas, colocando essa condição como inegociável, os senadores do PT recuperam seu discurso perante a "opinião pública" (da mídia), e colocam o "bode na sala".

Oficialmente e perante a "opinião pública" não estarão apoiando diretamente Sarney, mas na prática estarão lhe dando sustentação, enquanto Marconi Perillo não renunciar à vice.

A cada vez que alguém da oposição pedir o afastamento de Sarney, que os senadores do PT respondam repetindo mil vezes se for preciso, que a solução passa por manter a presidência do Senado com a base governista para o governo Lula poder trabalhar, e só a renúncia do senador Marconi Perillo (PSDB/GO), que também tem denúncias pesadas contra si, viabiliza uma ampla negociação.

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