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quinta-feira, 30 de julho de 2009

Quem se habilita a gastar seu vale-cultura no iFHC?

Imagine se o iFHC (Instituto Fernando Henrique Cardoso), para se manter, tivesse que cobrar ingresso do cidadão para visitar o "magnânimo" acervo do ex-presidente.

Pois o iFHC já deu "uma facada" nos cofres públicos de R$ 5,7 milhões e pleiteia mais R$ 7 milhões, para acabar de fazer o que deveria ter feito com os R$ 5,7 milhões.

Esse dinheiro saiu dos impostos, via incentivo à cultura, por renúncia fiscal da lei Rouanet.

Pois o vale-cultura, quer deixar uma parte desse dinheiro que ia para os iFHC's, na mão do trabalhador de baixa renda, na forma de um vale de R$ 50,00 por mês, onde o próprio trabalhador escolha como ele quer gastar. Se prefere comprar ingresso para visitar o iFHC, ir a um show do Zeca Pagodinho, ou a um circo popular.

"Intelectuais" da elite, como Gilberto Dimenstein, critica, chamando o vale-cultura de "bolsa-circo", dizendo que o trabalhador vai gastar com a "má cultura" em vez de gastar com "boa cultura" (o conceito de boa e má fica por conta do "intelectual").

Ora, é razoável e aceitável, que população de baixa renda que tem pouco acesso à lazer e não tem acesso à indústria da cultura, misture um pouco de cultura e entretenimento. Cabe aos produtores culturais ouvir mais a voz da periferia, a população de baixa renda, e produzir coisas que sejam do interesse popular.

Manifestações culturais populares como carnaval, boi-bumbá, festas juninas, já alia lazer com forte componente cultural de inegável valor.

O vale-cultura abre mecanismo de profissionalização para inciativas culturais como festivais de rap na periferia, abre mercado para criação de áreas de lazer cultural nas periferias, além de dar acesso aos espaços culturais já frequentados pela antiga classe média.

É melhor democratizar o dirigismo cultural, deixando em parte, o cidadão decidir o que quer assistir, do que o dinheiro público ser dirigido apenas à eventos que só interessam ao culto das elites, como o acervo do iFHC.

Mas nada impede que o iFHC cobre ingresso, para captar recursos. Quem se habilita a gastar seu vale-cultura no iFHC?

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