O Presidente Lula avisou aos ministros filiados a partidos políticos que vai manter os secretários executivos das pastas nas quais os titulares se desincompatibilizarem para disputar as eleições do ano que vem. A orientação do Presidente surgiu quase ao final do encontro ministerial de segunda-feira, quando Lula disse que "não é para inventar novos projetos, novas ideias, é para tocar o que o governo fez até agora".
Para o Presidente, não faz sentido criar uma disputa político-partidária na reta final de seu mandato. Apesar de ter certeza de que elegerá Dilma Rousseff, como sua sucessora, Lula receia os ruídos desnecessários que possam provocar fissuras entre os partidos da base aliada. "O presidente não vai abrir uma nova disputa partidária para preencher os cargos abertos por ministros que vão disputar cargos eletivos em 2010", afirmou um ministro do núcleo do governo.
Do PMDB , é praticamente certo que quatro dos seis ministros serão candidatos: Geddel Vieira Lima (Integração); Reinhold Stephanes (Agricultura); Hélio Costa (Comunicações) e Edison Lobão (Minas e Energia). Dentre os petistas, serão candidatos: José Pimentel (Previdência); Dilma Rousseff (Casa Civil); Tarso Genro (Justiça); Carlos Minc (Meio Ambiente), Guilherme Cassel (Desenvolvimento Agrário) e Edson Santos (Igualdade Racial).
Sobram ainda como possíveis candidatos pata as eleições de 2010 Orlando Silva (PCdoB, Esportes), Henrique Meirelles (Banco Central, provavelmente pelo PP), Alfredo Nascimento (PR, Transportes) e é citado ainda Márcio Fortes, do PP (Cidades).
Além de evitar a briga política, Lula acha que a entrada de novos nomes nos ministérios fariam com que a "máquina travasse". Até que o novo ministro tome conhecimento de como o Ministério funciona, terminaria o seu mandato. Os secretários executivos, normalmente, são afinados com os ministros e, na maior parte dos casos, os responsáveis por cuidar do andamento dos projetos.
Outra vantagem de aproveitar os atuais integrantes do Executivo seria a consciência do que é prioridade e o conhecimento das limitações orçamentárias de cada pasta. No encontro, Lula avisou aos ministros que podem acelerar os projetos em andamento, mas sem exagerar nos gastos. "Quem está na máquina já sabe exatamente o tom do recado. Não dá para ficar inventando agora", lembrou a líder do governo no Senado, Ideli Salvatti (PT-SC).
Embora a intervenção presidencial tenha a ver com abril de 2010, Lula terá que fazer duas escolhas agora em agosto. O ministro da coordenação política, José Múcio Monteiro, deverá ser indicado para o cargo de ministro do Tribunal de Contas da União (TCU). Para a sua vaga já foram especulados diversos nomes, como do ex-ministro da Fazenda, Antonio Palocci (PT-SP), do líder do PT na Câmara, Cândido Vacarezza (SP) - o preferido da base aliada -- o ex-presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP)..
Outra vaga que precisa ser preenchida é do ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), Mangabeira Unger, que deixou o governo mês passado para voltar a lecionar em Harvard. O lugar seria do PRB. O senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) disse que "não fizemos isto ainda porque nossa atenção agora está voltada para a recuperação do vice-presidente José Alencar".
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