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quinta-feira, 7 de maio de 2009

Economia brasileira seduz os 'sedentos por rendimento', diz Financial Times


O forte aumento nas cotações das ações brasileiras e do real pode ter sido provocado pela "sede" dos investidores por um rendimento maior para suas aplicações em um momento em que as taxas de juros nos países desenvolvidos "rondam o zero", segundo afirma reportagem publicada na edição desta quinta-feira no diário britânico Financial Times.

"Os investidores que vinham acumulando capital estão novamente procurando rendimento", diz a reportagem.

O jornal observa que entre junho e janeiro, os investidores estrangeiros tiraram mais de R$ 26 bilhões da Bolsa de Valores de São Paulo, mas que, desde então, já retornaram R$ 5,7 bilhões - somente no último mês, foram R$ 3,8 bilhões.

A reportagem cita um analista de mercados que comenta que as políticas monetárias expansionistas dos Estados Unidos aumentaram muito a liquidez no mercado, levando investidores que antes fugiam do risco de volta ao mercado.

O jornal observa que o índice Bovespa já subiu mais de 75% desde o seu ponto mais baixo, em outubro, e que a cotação do dólar, que entre agosto e dezembro havia passado de R$ 1,56 para R$ 2,48, estava sendo negociado a R$ 2,12 na quarta-feira.

Explicações

Segundo o Financial Times, muitos analistas ainda estão procurando explicações para o fato, já que muitos indicadores econômicos dos países emergentes e do próprio Brasil mostram um quadro negativo, com queda na produção industrial e na venda de carros, por exemplo.

Para o jornal, "as perspectivas do Brasil são certamente melhores em comparação com outros países", com reservas de US$ 200 bilhões para se proteger da volatilidade e eliminar ameaças de não pagamento da dívida, além de ter se tornado credor líquido, preparando-se até mesmo para emprestar dinheiro ao Fundo Monetário Internacional.

"Enquanto o espaço para ações do governo no lado fiscal é limitado pela queda na arrecadação de impostos e pelo aumento nos gastos com folha de pagamentos, deixando pouco dinheiro para gastos para induzir o crescimento, há um grande espaço para ações de política monetária", diz o jornal.

A reportagem comenta que o Banco Central vem cortando sua taxa básica de juros, mas que nos atuais 10,25%, a taxa ainda está muito alta e deve continuar a cair enquanto a inflação estiver controlada.

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