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sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Revista The Economist avalia que a classe média brasileira é um 'caso de estudo'


Pela primeira vez na história, mais da metade da população mundial é de classe média, graças ao rápido crescimento dos países emergentes, aponta a revista The Economist. A edição desta semana traz uma reportagem especial de 20 páginas sobre o crescimento da classe média nas nações em desenvolvimento, um motor capaz de estimular o crescimento econômico e a democracia nas próximas duas ou três décadas

O comportamento dessa camada da população nos emergentes é exemplificado logo na abertura da reportagem por uma cena registrada na favela de Paraisópolis, em São Paulo, onde a Casas Bahia inaugurou uma loja recentemente(Veja a foto na Economist). "A multidão surge de todos os lugares, mãos acima da cabeça e câmeras de celulares fotografando um dos mais conhecidos grupos de samba do Brasil", diz a revista. "Poderia ser em qualquer lugar da maior cidade da América Latina num sábado à noite. Mas é em Paraisópolis, uma das favelas com maior criminalidade de São Paulo."

A revista diz que a Casas Bahia passou a vender televisores e refrigeradores em um lugar que, à primeira vista, não tem água nem energia instaladas. "As coisas são caras, mas as formas de pagamentos são melhores para pessoas como nós", diz a faxineira Maria. "Está é a nova classe média emergente indo às compras", conclui a revista.

Para a The Economist, do ponto de vista de mercado, a classe média emergente é relativamente pobre, mas muito grande, o que oferece oportunidades para oferecer produtos que são baratos e podem ser vendidos aos milhões. Essa nova camada criou um enorme mercado. Em 2008, o número de carros vendidos nos maiores emergentes superou o comércio nos Estados Unidos pela primeira vez. Em 2007, a Índia tinha mais usuários de celulares do que os EUA - e a China o dobro disso. Desde 1994, o setor de serviços cresceu entre 250% e 700% nas nações em desenvolvimento.

A revista avalia que a nova classe emergente se parece com a existente na Inglaterra há 150 anos. "Eles querem viajar, melhorar o serviço de saúde, escolas privadas e melhor infraestrutura." Estimativas apontem que há 30 milhões de crianças chinesas aprendendo a tocar piano. Em uma observação mais "frívola", o Brasil é o número um do mundo em lipoaspirações, o número dois em cirurgias plásticas (somente atrás dos EUA) e o número quatro em academias de ginástica.

Diana Farrell, membro do norte-americano National Economic Council, avalia que a real transformação trazida pelo consumo é a sinalização dada aos produtores. "A demanda dos consumidores da classe média emergente alimenta o investimento em novas formas de produção, o que eleva as receitas e muda a forma como os negócios são conduzidos."

Conforme a revista, o melhor exemplo é o carro Nano produzido pela indiana Tata Motors, com preço de US$ 2,5 mil. Antes do seu surgimento, ninguém acredita ser possível produzir um automóvel por menos de US$ 5 mil. Apesar de se mostrar otimista com o futuro da classe média emergente, a revista The Economist avalia que seu crescimento sofrerá uma pausa em decorrência da crise. No entanto, acredita que, se as turbulências durarem não mais do que um par de anos, a máquina emergente vai voltar a funcionar quando o crescimento for retomado. "Scott Fitzgerald estava errado", diz a publicação. "Não são os ricos que são diferentes, mas a classe média."

'Caso de estudo'

A classe média brasileira é um "caso de estudo", avalia a revista. "O Brasil se tornou um país de classe média por sua própria conta", diz a publicação, lembrando que em abril do ano passado o número de famílias com renda entre R$ 1.064,00 e R$ 4.561,00 atingiu 52% da população. A revista diferencia os países que possuem classe média criada pelo governo daquelas apoiadas na iniciativa privada - caso do Brasil recente.

A revista lembra que nos anos 1960 essa camada da população cresceu com base nos empregos fornecidos pelas empresas brasileiras estatais. No entanto, a situação não se sustentou, resultando em grande desigualdade social e períodos de hiperinflação nos anos 1980. Entre 2001 e 2008, o País experimentou uma longa fase de crescimento com inflação baixa, levando a população a planejar seus horizontes e a tomar crédito. "Isso permitiu que uma nova classe média - uma nova geração, na maioria entre 30 e 40 anos - começasse a acumular ativos", diz a publicação.

Com o crescimento econômico e a melhora do mercado de trabalho, o País expandiu fortemente o número de empregos formais. Além disso, graças parcialmente ao programa Bolsa-Família, o Brasil conseguiu melhorar a desigualdade social. "O crescimento de uma nova classe média no Brasil veio juntamente com a estabilidade política."

Uma pergunta boba: Quando a imprensa brasileira vai publicar uma matéria como essa, de 20 páginas, só de elogios ao nosso País?

No blog os Amigos da Presidente Dilma você lê...Dilma diz que trabalho do governo incomoda a oposição

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