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quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Quem não deve não teme: Paulo Lacerda deu a receita para descobrir rapidamente o culpado

Onde havia notícia relevante de verdade, ninguém quis procurar, nem quis publicar. Só vi no Jornal do Brasil aqui.

O desinteresse é explicável porque não "encaixa" na trama traçada pelo PIC/PIG em sintonia com os advogados de Dantas, para sustentar o teste de hipótese do "caos no grampo".

A nota abaixo (resumo do Jornal do Brasil) claramente desmente a manchete que o Estadão publicou na mesma quarta-feira sob o título "Grampo acirra crise entre PF e Abin".

Vamos aos fatos:

- O caminho mais viável é a Polícia Federal requisitar formalmente à revista Veja os documentos originais que amparam a reportagem (sem precisar revelar a fonte), o que poderia, através de uma perícia especializada apontar indícios sobre a origem da escuta.

- Lacerda acha que em decorrência da repercussão do caso, o informante da Veja pode correr risco de vida e poderia fazer um acordo no Ministério Público que lhe garanta a integridade física e o anonimato, mas que ajude a esclarecer o caso.

- A única coisa certa é que uma conversa entre Mendes e Demóstenes Torres foi gravada. O resto ainda são hipóteses.

- O leque de suspeitas é enorme e inclui, além do Senado, policiais federais, agentes da própria Abin, detetives particulares - sobre os quais não há controle - e ainda empresas especializadas em espionagem de alto quilate.

- Uma desta empresas - Telemont - controla os sistemas telefônicos de vários órgãos públicos, e já foi acusada de espionagem.

- A suspeita de o grampo a partir do Senado foi reforçada pelo resultado de um levantamento preliminar feito nesta terça na própria Abin, onde praticamente foi descartado o uso de equipamentos da ABIN - que são auditáveis - e considerada remota a possibilidade de envolvimento de um servidor da ativa.

- Lacerda, ao afastar, recomendou a seus assessores um pente fino nos quadros de pessoal e nos equipamentos para auxiliar a investigação da Polícia Federal. [onde está a "crise" do Estadão?]

- Os equipamentos em poder da Abin, idênticos aos do Exército, são sistemas anti-grampo, que são inadequados para monitorar. Uma irregularidade dessa natureza, na avaliação da Abin, seria facilmente detectável por varredura ou pelos controles internos dos funcionários.

- seria uma idiotice um servidor da ativa [da ABIN] usar a estrutura interna para grampear e, se o fizesse, teria que ser internado por loucura - nas palavras de Lacerda. [pois seria facilmente descoberto].

LACERDA CONTINUA LOTADO NO GSI

Durante as investigações, Lacerda e os outros diretores afastados ficarão lotados no GSI (Gabinete de Segurança Institucional, superior hierárquico à ABIN).

Lacerda diz que não tem apego ao cargo, mas quer o esclarecimento definitivo do caso.

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